Quem, dentre os nossos leitores, já ouviu a frase acima? Acreditamos que muitos e, embora não concordemos com a afirmativa, vez por outra, alguns acontecimentos desagradáveis nos levam a acreditar que o mês é, realmente, muito sinistro ou mais sinistro que os demais. Sempre tem sido em agosto. É um mês romano criado no século VIII para homenagear o Imperador Cézar Augusto, que reformou a estrutura de governo do Império Romano e conquistou novos territórios. Agosto é o mês que se encaixa no folclore ou na superstição, conhecida por criar tempestades políticas e fortes intempéries.
Os supersticiosos chamam-no de “Desgosto”, tamanha a sua voracidade. E os políticos mais cuidadosos morrem de medo deste mês. Se não, vejamos: no dia 24.08.1954, assistimos à morte (suicídio) do presidente Getúlio Vargas; em 25.08.1961 vimos à queda do presidente Jânio Quadros que renunciou, atribuindo a decisão a “forças terríveis”; em 22.08.1976, num acidente de automóvel morreu o presidente Juscelino Kubitschek; em 13.08.2005 foi a vez do dr. Miguel Arraes; mais recentemente, em 13.08.2014, veio o acidente que provocou a morte do ex-governador de PE, Eduardo Campos. E, ao apagar das luzes do último agosto, a ex-presidente Dilma Rousseff teve o seu impeachment decretado pelo Senado Federal.
Por muito pouco, o ex-deputado Eduardo Cunha não entrou nessa estatística. Sujeito inteligente, ousado e escorregadio feito quiabo, o mentor do processo de impeachment de Dilma tinha um processo de cassação se arrastando há mais de 300 dias e foi cassado na última 2ª feira com suspensão dos direitos políticos por 8 (oito) anos, em conformidade com o art 52 da Constituição Brasileira. Diferentemente do que ocorreu na votação pelo impeachment da ex-presidente – quando fizeram um arrumadinho e votaram em dois tempos – abrindo um grave precedente para cassações futuras, dependendo de quem seja o réu.
Dilma sofreu impeachment por conta de pedaladas fiscais e empréstimos de bancos públicos para manter a política agrícola, sem o pagamento dentro do prazo legal. Cunha não pedalou mas acelerou fundo em suas pretensões e é um forte candidato às algemas da Polícia Federal, além de ter que devolver aos cofres públicos uma ninharia em torno de R$ 30 milhões de reais. Não sei onde ele vai arranjar, pois nem conta bancária o homem possui (foi o que ele disse por várias vezes quando entrevistado). Mentiu para a justiça, mentiu para o Conselho de Ética e vai continuar mentindo. Esse “sujeito” não tem jeito mesmo. Envolvido até o gogó no maior “programa de governo do PT – o Petrolão” foi acusado por falta de decoro parlamentar quando enviou uns reaisinhos para paraísos fiscais e por um lapso de memória não declarou à Receita Federal. Tadinho!.
Fora do meio político, agosto/2016, reservou dois acontecimentos que chocaram a população de Afogados, por terem surgido de forma abrupta e bastante cruel. Foram as mortes de Alfredo Marques de Brito (Alfredinho) e Eduardo Veras (Dardo). Dois grandes amigos com os quais tive a grata satisfação de conviver e que hoje habitam na morada Celeste.
Dando sequência às tragédias, setembro nos traz o início da propaganda eleitoral dita gratuita das eleições municipais na TV e no rádio, uma parafernália de baboseiras, onde cada candidato deverá mostrar-se à sociedade apresentando as suas facetas e as suas qualidades. Qualidades
e facetas estas que, quando eleitos, não conseguem esconder a farsa por muito tempo. Salvo raríssimas exceções, é claro.
Danizete Siqueira de Lima – Afogados da Ingazeira – PE – setembro de 2016.