Olimpíadas – quem paga a conta?
“Mens sana incorpore sano” – diziam os romanos: “mente saúde num corpo sadio”. O esporte praticado com equilíbrio mental e no respeito às exigências da ética, é fator de crescimento moral e saúde do corpo e do espírito.
A história da origem dos Jogos Olímpicos é controversa. Segundo a lenda, teriam surgido por volta do ano 2500, antes de Cristo, motivados pelo desejo do deus Hércules de homenagear seu pai Zeus, deus supremo da mitologia grega. Mas o que a história nos diz mesmo é que os primeiros jogos olímpicos aconteceram em 776 a.C. na cidade de Olímpia, para dar uma trégua às contínuas guerras e conflitos entre as cidades-estados do mundo grego. Olímpia tem a ver também com Olimpo, a morada dos deuses, que eram jovens, sadios e, em geral, de boa aparência.
Com a dominação romana, foram proibidas as manifestações de culto grego e em 392, da era cristã, um decreto do Imperador Romano Teodósio I proibiu os Jogos Olímpicos, pelo seu caráter religioso. Em 1986, surgiram as olimpíadas da era moderna. Foram disputadas em Atenas para uma homenagem às Olimpíadas gregas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy, barão de Coubertin. Participaram285 atletas de 13 países. As disputas foram inicialmente: atletismo, esgrima, luta livre, ginástica, halterofilismo, ciclismo, natação e tênis. Hoje são muito mais.
Os números dos XXXI jogos Olímpicos que estão sendo disputados na cidade do Rio de Janeiro entre 5 e 21 de agosto impressionam e muito. Serão disputadas 28 modalidades esportivas, com a inclusão do rúgbi de sete e do golfe. Os números dão conta da participação de 10.550 atletas, de 206 nacionalidades e está previsto, pela televisão e pelo rádio, uma audiência de mais da metade da população da terra, ou seja, cerca de 4,5 bilhões de pessoas ao redor do planeta. As próximas Olimpíadas serão realizadas em Tóquio, no Japão, em 2020 e as anteriores (2012) foram em Londres, no Reino Unido. Elas acontecem de 4 em 4 anos, conforme a tradição helênica.
E os custos desse mega- espetáculo? Estudo divulgado pela Universidade de Harvard em 2014, estimou que os custos são, em média, 252% a mais do que aquele que foi inicialmente previsto. Como exemplo, a Universidade cita que os jogos de 2012 custaram aos cofres britânicos 18 bilhões de dólares, embora tenham sido previsto antes gastos na ordem de 6 bilhões. No caso brasileiro, vai haver um aumento expressivo pela necessidade das ações policiais e de inteligência anti-terroristas.
E ao final, quem vai pagar essa conta? O povo, é claro… E vejam que além do vexame daqueles 7 x 1 contra a Alemanha, as cicatrizes da última Copa do Mundo ainda estão bem abertas.
Danizete Siqueira de Lima
Afogados da Ingazeira – Agosto de 2016.