A presidente afastada Dilma Rousseff participou na noite desta terça-feira (23) de um ato em São Paulo. O encontro em defesa da democracia e dos direitos sociais, organizado pela Frente Brasil Popular, é também contra o impeachment – que os organizadores chamam de golpe. Dilma confirmou que vai ao Senado na segunda-feira (29) para dar depoimento durante o julgamento final do processo de impeachment.
“Eu não vou ao Senado porque acredito em meus belos olhos. Vou lá porque acredito na democracia desse país. Acredito que nós teremos de evitar que esse mal seja um mal maior. Temos de enfrentar essa questão”, disse Dilma.
Além de líderes políticos, participaram representantes da CUT, de movimentos sociais, advogados, intelectuais e artistas. Os organizadores ainda não divulgaram quantas pessoas estão presentes.
Quase nove meses depois de o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) autorizar a abertura do processo de impeachment, o Senado inicia nesta quinta-feira (25) o julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff. Ainda segundo o cronograma, o julgamento deverá ser concluído na terça-feira (30) da próxima semana.
No evento, a presidente afastada afirmou que não renunciou á Presidencia porque o país tem espaços democráticos. “Não fui obrigada a me suicidar como fizeram com Getúlio. Não fui obrigada a pegar avião e ir para o Uruguai como fizeram com Jango”.
“Esse processo, para mim, é muito duro, porque sei que estão cometendo comigo. Sei que sou inocente e que é uma injustiça o que estão fazendo comigo. A democracia é algo muito valioso para a gente não lutar por ela sistematicamente. Lutei minha vida inteira, contra a tortura, lutei contra um câncer e vou lutar agora”, disse Dilma.