A miséria me corteja,
Nos duros transes da sorte,
Parece que a própria morte,
A minha porta fareja,
O beija-flor que me beija,
Não traz mensagem feliz,
A virtude não me quis,
É surda a porta que eu bato,
RESPONDE DESTINO INGRATO,
QUAL FOI O MAL QUE EU TE FIZ?
Teodoro Nunes.
Quando falta a companheira,
Na vida de um passarinho,
Ele escolhe o pau mais alto,
Para construir seu ninho,
Devido ser menos triste,
Para quem vive sozinho.
Manoel Filó.
Cabaré triste recanto,
Onde ha festa todo dia,
Sob uma falsa alegria,
Num misto de riso e pranto,
Onde tudo é por enquanto,
Que nem preço de leilão,
Aonde o bom coração,
De pernoitar ter receio,
CABARÉ CORTIÇO CHEIO,
DE ABELHAS DA PERDIÇÃO.
Gregório Filó.