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ANDRÉ DE PAULA VOLTA À CÂMARA PARA VOTAR PELO IMPEACHMENT

 

andredepaulaO secretário das Cidades de Pernambuco, André de Paula, anunciou, nesta segunda-feira (28), que pretende se licenciar do cargo, nas próximas semanas, para poder participar da votação no processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT) na Câmara. A sessão está prevista para a segunda quinzena de abril. O gestor, que é deputado federal pelo PSD, afirmou que deve votar favoravelmente à saída da presidente, apesar de seu partido integrar a base do governo da petista.

A declaração do secretário foi dada durante um evento que tratou do prazo para cumprimento do Estatuto da Metrópole na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Pernambuco (Sinduscon-PE). Ao longo dos quase dez minutos em que se pronunciou sobre o tema, André de Paula disse que é importante que, em tempos de crise, haja instituições preocupadas em promover o debate sobre o futuro das metrópoles, momento em que acabou “desabafando”, como ele mesmo se referiu, sobre a situação do País.

“Faz tempo que digo que o Governo Dilma acabou e isso se deve a uma absoluta incapacidade de governar”, declarou, recebendo aplausos do público presente ao manifestar sua decisão a favor do impeachment. “Apesar de ter respeito pela posição do meu partido, sempre deixei clara minha posição. Acho importante minha participação nesse processo e estarei me licenciando nos próximos dias”, complementou, acrescentando que já comunicou a decisão ao governador Paulo Câmara (PSB).

Com o retorno de André de Paula à Câmara, o quarto suplente da Frente Popular, deputado Raul Jungmann (PPS), perde o cargo temporariamente.

No fim da tarde, o secretário e deputado licenciado divulgou nota em que fala do afastamento. Leia abaixo:

A Câmara dos Deputados decidirá nas próximas semanas se admite, ou não, a instauração de processo de impeachment contra a presidente de república. A decisão que se avizinha denota o agravamento da crise política e, sobretudo, a certeza de que a presidente perdeu as condições de governar.

O processo de impeachment é providência jurídica legítima e adequada, com previsão constitucional, para promover o afastamento do presidente que comete crime de responsabilidade. A esta altura, já não parece haver mais dúvida de que a presidente, ao adotar as chamadas pedaladas fiscais, incorreu em tal crime; não se trata de ficção jurídica como defende setores do governo e a própria presidente. A fraude nas conta públicas, levada a efeito pela presidente em anos sucessivos, inclusive em 2015, foi descoberta pelo Tribunal de Contas da União, em trabalho de impressionante precisão técnica.

Mas, para além do tecnicismo jurídico, o fato é que o governo da presidente Dilma, afundado em escândalos de corrupção sem precedentes, com envolvimento direto de sua alta cúpula e com baixíssimos índices de aprovação, não reúne mais capital político para liderar as reformas (mínimas) que o país precisa, neste momento de gravíssima crise econômica. Em claro português, estamos falando de um governo que já não mais consegue viabilizar um plano para enfrentar a inflação, a recessão e o desemprego, considerado o maior dos últimos 25 anos.

O momento é muito difícil e delicado. A decisão pelo impeachment, por sua vez, é medida dura, mas inevitável.

Nesse contexto, reassumirei, nos próximos dias, o mandato de deputado federal. Estarei em plenário para votar a favor da abertura do processo de impedimento da presidente. Hoje pela manhã tratei de comunicar a minha decisão ao Governador Paulo Câmara.

Voltarei à Câmara dos Deputados em respeito aos mais de 100 mil pernambucanos que me confiaram o seu voto. Muitos deles estiveram democraticamente nas ruas para exigir o afastamento da presidente.

Votarei com independência, transparência e firmeza de convicções, honrando a expectativa de milhares de pernambucanos e de milhões de brasileiros.

André de Paula


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