Em decisão aprovada por unanimidade na última reunião do Diretório Municipal do PT, sábado passado, os quatro vereadores da bancada do partido na Câmara do Recife tiveram seus direitos partidários suspensos, até que quitem seus débitos da contribuição partidária. Na prática, os parlamentares não representam mais o PT e podem, na convenção de agosto, perderem o direito de disputar as eleições.
Segundo documento assinado pelo comando do Diretório Municipal, que o Blog do Magno teve acesso, estão em atraso os vereadores Jurandir Liberal, Jairo Brito, Henrique Leite e Osmar Ricardo. Embora já tenha se desfiliado, Luiz Eustáquio também é devedor há mais de seis meses e sofrerá representação.
“O Diretório decide suspender, a partir desta reunião, os direitos partidários dos vereadores em débito com a contribuição partidária, sua representação e voto partidário. Decide, igualmente, solicitar aos vereadores a relação de assessores, já que há filiados nas assessorias dos vereadores que não estão cadastrados no SACE do partido”, diz o documento.
Na mesma reunião, em nenhum momento o nome do atual superintendente da Sudene, João Paulo, chegou a ser ventilado como pré-candidato do partido a prefeito do Recife, como já defende setores majoritários do Diretório Estadual. Para o Diretório, as eleições “se desencadearão num ambiente bastante complexo, o mais complexo já enfrentado pelo PT”.
“Contudo, acrescenta a resolução do Diretório, “houve um esforço da CEM e do DM Recife ao longo de 2015, que procurou fazer o debate político e preservar unidade interna do Partido. Superou momentos difíceis e passou a projetar o partido com contribuições políticas relevantes. Manteve a regularidade do funcionamento político das instâncias partidárias, num momento onde a grande maioria das instâncias não funcionam”.
Para o Diretório, “num cenário tão desafiador, a resposta a ser dada pela Executiva do PT Recife não poderá ser outra: assumir seu protagonismo dirigente e dar início ao processo eleitoral, com criatividade e ousadia, tendo, quando necessário, que endurecer, sem perder a ternura. Essa é a responsabilidade que a história coloca sobre nossos ombros e pela qual seremos cobrados”, afirma sem se referir à candidatura própria.