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GOVERNO BOICOTA DEBATE SOBRE O PACTO PELA VIDA

opoO Governo do Estado de Pernambuco boicotou, mais uma vez, o debate sobre o Pacto pela Vida, na manhã de ontem segunda (30), durante reunião pública promovida pela Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Apesar dos números alarmantes de homicídios e do convite enviado há cerca de quinze dias, a Secretaria de Defesa Social não enviou representante para o encontro, se limitando a comunicar a impossibilidade de comparecimento do secretário Alessandro Carvalho, por ofício, 15 minutos antes do início da reunião.

Para o deputado Silvio Costa Filho (PTB), líder da Bancada de Oposição, a postura é um completo desrespeito com o Poder Legislativo, com a sociedade civil e com a população. “Desde o início do ano estamos denunciando o crescimento desses números (de homicídios), mas o Governo vem evitando qualquer discussão. Estamos ainda em novembro, e já registramos 3.444 casos de assassinatos, mais do que em todo o ano passado. Nos últimos dois anos, os números da violência só fizeram aumentar”, declarou o parlamentar.

De acordo com o presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Francisco Rodrigues, atualmente a única coisa que interessa à SDS são as metas das planilhas do Governo. “Essas metas estão sendo cumpridas com a prisão de vendedor de CD pirata, enquanto infelizmente morrem mais de 300 pessoas por mês em Pernambuco, mais que qualquer atentado terrorista na Europa”, destacou.

Representando praças, cabos e soldados da Polícia Militar, o presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE), Alberisson Carlos da Silva, afirmou que a PM pernambucana é a terceira corporação mais mal paga do País, além de mal equipada também. “Há três anos o Estado não fornece fardamento para os policiais, a infraestrutura nos quarteis é precária e as viaturas estão sucateadas”, relatou.

Segundo o deputado Romário Dias (PTB), o Estado vive hoje um verdadeiro caos na área de segurança. “O Governo finge que dá condições às polícias, as polícias fingem que protegem o cidadão e a população finge acreditar que o Estado lhe garante segurança”, criticou.

Representando o Ministério Público de Pernambuco, o promotor Fernando Barros reforçou a necessidade de participação de todos no debate sobre a segurança. “O Pacto pela Vida não é uma questão de Governo ou de Oposição, é uma questão de toda a sociedade pernambucana”, destacou.

Para Edilson Silva (Psol), a ausência do Governo é um desrespeito completo ao Poder Legislativo, assim como a toda a sociedade. “Esse ato de hoje se soma a outro momento, quando o Governo se recusou a participar de uma mesa de diálogo na Comissão de Cidadania, após acordo fechado nessa casa com a participação do líder do Governo”, lembrou.
“É um descaso com a população. É um governo que não respeita ninguém, nem o Poder Legislativo nem a sociedade pernambucana. Precisamos ter uma posição firme com esse Governo”, defendeu o deputado Júlio Cavalcanti (PTB).

O deputado Ossesio Silva (PRB), lamentou a ausência do Governo do encontro. “Há um ditado popular que diz: quem não deve não teme. Por que fugir desse debate num momento como esse. O que queremos é que o Governo faça o que prometeu na campanha”, destacou.

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) foi representado pelo seu secretário-geral, Douglas Lemos, que destacou o caos da segurança pública. “Da forma como estamos, caminhamos para o colapso. O ano de 2015 revelou a falência da segurança pública e o silêncio do Governo, nesse momento, é uma verdadeira confissão de culpa”, afirmou.

O deputado Augusto César (PTB) lembrou o desaparelhamento das polícias Militar e Civil, além do Corpo de Bombeiros. “Para que possam dar segurança à população, é preciso que os policiais tenham também segurança. Afinal, todos têm família esperando em casa”, destacou o parlamentar, lembrando que apresentou projeto de lei para obrigar que todas as viaturas policiais sejam blindadas.

Ao final do encontro, o deputado Silvio Costa Filho destacou que vai apresentar novo requerimento para que o secretário de Defesa Social seja obrigado a comparecer à Alepe. “Em abril, o secretário esteve na Alepe para apresentar os planos do combate à violência. Passados oito meses e os números não param de aumentar. Se nada for feito, fecharemos o ano na casa de 4 mil homicídios e vamos recuar seis anos no combate à violência, voltando aos números de 2009”, reforçou.


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