Há muitos Cristos sofrendo e morrendo,
No sub mundo da periferia,
Pois é no berço deste caos horrendo,
Que nascem Cristos todo santo dia.
Nascem com a sina de viver sofrendo,
São condenados pela covardia,
Do desgoverno que está se esquecendo,
De cem por cento do que prometia.
Os viadutos e os mucambos mil,
Que são a cara e a dor do Brasil,
Lembram presépios em putrefação.
Mas eu só posso dar um basta nisto,
Se houver espaço pra o natal de Cristo,
Na manjedoura do meu coração.
Dedé Monteiro.