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OPINIÃO DO PERNINHA

perninha (1)Quando a meta passa a ser obsessão

O último ano do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff foi dificílimo de governar, principalmente, no que diz respeito ao cumprimento das metas pré-estabelecidas. E por uma razão muito simples: ano eleitoral onde gastou-se demasiadamente com as costuras políticas para vencer as eleições a qualquer custo, não havendo a menor preocupação do governo em fechar as torneiras da economia para se cumprir o tão badalado Superávit Primário.

Nem as famosas “pedaladas fiscais” foram suficientes para o governo cumprir com a LRF-Lei de Responsabilidade Fiscal, mandando-a para as “cucuias” acompanhada de um “pibinho” e do fantasma da inflação que continua nos rondando. O governo foi reeleito, o Congresso fez arrumadinho na LDO-Lei de Diretrizes Orçamentárias e D. Dilma entrou 2015 firmando o compromisso de cumprir as metas que lhe fossem impostas.

Para tirar o seu sossego, como se não bastasse o escândalo da operação Lava Jato, o TCU – Tribunal de Contas da União quer que a presidente preste alguns esclarecimentos sobre as manobras contábeis que fecharam as contas do governo no exercício de 2014. Sobre esses esclarecimentos, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) anda constrangido com a ordem que recebeu do Planalto: defender o crime financeiro que foi cometido no outro governo. Tem dito a amigos que foi chamado para “consertar o futuro” e não para justificar os erros dos outros.

Pela nossa ótica Levy está corretíssimo. Por Lei, a responsabilidade e as contas são da presidente. Contudo, para se manter no cargo, acreditamos que o ministro irá usar sua credibilidade para a ajudar a Dilma se safar de punições previstas na Constituição.

Olhando para o quadro que aí está, a nossa constatação é a seguinte: com o Congresso Nacional atrapalhando todas as votações de interesse do governo e o ajuste fiscal caminhando a passos de tartaruga, a meta que sobrou para a presidente Dilma em condições de ser alcançada foi a de superar os ex-presidentes no quesito da impopularidade. E de pedalada em pedalada parece que a danada vai conseguir.

De acordo com o último resultado da pesquisa CNI/Ibope, divulgada no dia 1º do corrente, o seu índice de aprovação é de apenas 9%, se igualando a gestão Sarney (março de 1986) e superando o ex-presidente Collor em seu pior momento (agosto de 1992), às vésperas do impeachment, quando tinha a aprovação de 12%.

Ora, se a presidente empatou com a reserva hídrica de Cantareira (SP) atingindo o famoso “volume morto” em seis meses de governo, torna-se crível que ela irá bater os números alcançados por Sarney e, de quebra, conseguir o impeachment para dar uma lição em Collor.

Coragem não lhe falta e se depender da ajuda dos seus aliados, a começar pelo ex-presidente Lula, pelo chefe da casa civil, Aloísio Mercadante e por uns ministrozinhos que ela tem escolhido ultimamente é só um pouquinho de paciência.

Por: Danizete Siqueira de Lima
Julho de 2015


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