Pacotes que enchem a vista com obras e dinheiro a perder de vista, como o que está sendo anunciado, nesta terça-feira, por Dilma Rousseff, são um quase um tapete mágico para se recuperar a confiança na economia e na credibilidade política, duas coisas que escaparam ao controle da presidente após a crise em que seu governo mergulhou. Só o nome do pacote – Programa de Investimento em Logística – e os valores, algo em torno de R$ 190 bilhões, induzem a qualquer desavisado a imaginar que o Brasil navega em céu de brigadeiro. Não, a crise econômico-financeira ainda continua por um tempo, mas o pacote de concessões (privatizações) dará um fôlego à presidente, que pode até pensar em arrebitar o nariz, de novo. Agora, de imediato, o que interessa é que os números do pacote sejam factíveis, porque logo, logo, haverá cobranças. Nas asas do pacote também estão os governadores, que chegam para a solenidade hoje no Palácio do Planalto, ainda sem a certeza da parte que lhes cabe neste bolo logístico. Paulo Câmara (PSB) é um deles, e espera receber uma fatia generosa: Pernambuco tem necessidades crônicas referentes às manutenções das BRs 232 e 101 assim como o Aeroporto dos Guararapes, que está na disputa para abrigar o hub da TAM. É possível que Paulo esteja mais ansioso com encontro, previsto para amanhã, com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quando espera ouvir boas notícias sobre recursos para investir. Juntando tudo, o governador pode retornar de Brasília com novo ânimo. Há uma preocupação grande de Paulo com o desemprego, daí a busca por novos investimentos. Bem, anúncio de pacotes é algo que se repete, periodicamente, quase a cada dois anos. Quem não se lembra do Pacote de Aceleração do Crescimento 1 e 2? Aliás, o PAC é uma prova de que nem tudo o que se anuncia se concretiza – outra constante em todos os governos, mas não custa torcer para que tudo dê certo.
Jarbas e Daniel
Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Daniel Coelho (PSDB) não foram juntos, mas se encontraram em Buenos Aires, no fim de semana, e conversaram sobre o Brasil, Pernambuco e Recife. Há uma diferença marcante de estilo político entre Jarbas e Geraldo Julio (PSB), que são aliados, e Daniel é apontado como adversário do prefeito em 2016.
De volta à frigideira
Contabilidade socialista: “O senador Fernando Bezerra Coelho é um político importante mas, após a morte de Eduardo, se movimentou para encabeçar a chapa estadual no lugar de Paulo. Depois, na contramão do que o PSB decidiu, defendeu a reaproximação com o governo Dilma e, por fim, se posicionou contra a executiva estadual defendendo a fusão com o PPS, um projeto de interesse paulista”.
Lupi
Uma das primeiras vítimas da faxina ética da presidente Dilma – foi exonerado do Ministério do Trabalho por suspeita de corrupção – Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, é um exemplo de como é a política no Brasil: ninguém quase se lembra disso. Ontem, o ex-ministro almoçou no Palácio das Princesas e festejou a formação de um possível bloco de oposição com o PSB no Congresso.
Paz e amor
Depois de uma semana de farpas e às vésperas de negociações com o governo Dilma, o governador Paulo Câmara virou o jogo: fez elogios ao trabalho do ministro Armando Neto (PTB) e do senador Humberto Costa (PT) para enfrentar os efeitos da crise em Pernambuco. (Por Marisa Gibson – Coluna Diario Político )