Os ex-governadores de Pernambuco Eduardo Campos e Miguel Arraes sempre foram uma inspiração para Junior Matuto, prefeito do município de Paulista, no Grande Recife. Fã assumido dos políticos, Matuto resolveu tatuar o rosto dos dois nas costas como forma de nunca esquecer aqueles que o auxiliaram na vida política. “Meu líder [Eduardo] morreu lutando, isso é uma fonte de inspiração”, disse em entrevista ao G1 nesta terça-feira (3).
Depois de ter sido militante do PSB, dirigindo carro de som, segurando bandeira e distribuindo panfletos, Matuto atribui a Campos a oportunidade que teve de entrar na política e se tornar vereador do município e, mais tarde, prefeito. “Sou fã e admiro Eduardo. Ser correto com você é construir uma história ao seu lado. Eles são minha fonte de inspiração”, afirmou o prefeito de Paulista.
Campos morreu em um acidente aéreo em Santos, no litoral de São Paulo, durante a campanha presidencial, no dia 13 de agosto de 2014 – exatos nove anos depois que seu avô, Miguel Arraes, morreu no Recife. A morte do padrinho político marcou Matuto. “Quando Eduardo partiu, demorou para a ficha cair”, lembrou.
Foram seis horas e meia para a tatuagem, feita no último sábado (31), ficar pronta. Para o rosto de Campos, Matuto escolheu uma foto sorrindo para nunca esquecer a alegria do ex-governador. “Na verdade, foi um ato de carinho, de gratidão. Eu fiz isso do fundo do meu coração, eles vão estar comigo onde eu estiver. Se aquelas pessoas que falam o que quero escutar e não o que preciso, basta olhar para trás, não só para a tatuagem, mas para minha história e lembrar dos dois para não deixar o poder subir à cabeça”, argumentou o prefeito.
Além da imagem dos políticos, o prefeito tatuou uma frase do dramaturgo e poeta alemão Berthold Brecht: “Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam um ano e são melhores. Há aqueles que lutam muitos anos e são muito bons. Porém há os que lutam toda a vida. Estes são os imprescindíveis”.
A escolha pela frase não foi aleatória. Matuto contou que a ouviu na missa de sétimo dia de Arraes e também em discursos de Campos. “Essa frase Eduardo colocava em prática todos os dias. Era um homem que só tinha hora para acordar e não tinha hora para se recolher.”
Matuto destacou ainda que a decisão de fazer a tatuagem foi pessoal e não teve pretensões políticas. “Se um dia eu sair do PSB, não tem problema. Fiz por eles e não por questão política. É algo pessoal.”