A seção da Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) adiou, por tempo indeterminado, depois de marcar por quatro vezes, a prometida Ação de Inconstitucionalidade junto ao TJPE pedindo a anulação da eleição que reconduziu Guilherme Uchoa (PDT) ao quinto mandato sucessivo na presidência da Assembleia Legislativa. O argumento, agora, é que alguns dos autores da ação estão fora do Estado e não assinaram a peça. A Ordem argui que a reeleição de Uchoa feriu a Constituição Estadual.
Enquanto os deputados aguardam a ação da OAB, nesta quarta (11), no plenário, uma informação, ao final da sessão, gerou um clima de surpresa e expectativa entre os parlamentares. Após declarar encerrados os trabalhos, Uchoa foi cercado no plenário, quando confirmou a notícia de bastidor: o deputado Rodrigo Novaes (PSD), adversário no pleito e seu maior opositor, havia entrado com uma ação judicial pedindo a nulidade da eleição da mesa diretora.
À noite, por telefone, Novaes negou que tivesse tomado a iniciativa. “Não entrei porque a OAB é que vai ajuizar, na sexta-feira após o Carnaval”, garantiu. Mas a notícia da tarde já havia corrido a Casa e gerado suspense, porque Novaes não compareceu à sessão e não estava no gabinete. “Rodrigo entrou com uma ação contra Uchoa, que está saindo agora para resolver a questão”, revelou André Ferreira (PMDB), ao ser informado no cerco a Uchoa.
O sumiço do deputado fez correr a versão de que o opositor da reeleição tinha sim ingressado na Justiça. “De fato, Rodrigo Novaes entrou com a ação pedindo a nulidade da eleição, arguindo a inconstitucionalidade da candidatura de Uchoa”, confirmou com convicção um deputado eleitor de Uchoa, pedindo anonimato. “É a mesma linha da OAB, que pode dizer agora que sua ação perdeu o sentido por já ter uma com o mesmo objeto”, avaliou.
O deputado Rodrigo Novaes, entretanto, assegurou que não ajuizou a eleição da mesa e afirmou que não foi ao plenário por estar em visitas a secretarias do governo. “Nem pretendo tomar a medida. A OAB é representativa da sociedade e tem a qualificação para arguir a inconstitucionalidade. Eu cumpri o meu papel político na Casa”, resumiu.(Ayrton Maciel e Maria Regina Jardim-JC)