Em duas horas de conversa com caciques do PMDB na residência do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o que chamou a atenção foi o tom crítico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a coordenação política do governo Dilma Rousseff. O ex-presidente disse aos peemedebistas que foi um erro a estratégia do Palácio do Planalto de isolar o PMDB nesse segundo mandato.
Lula também defendeu que um peemedebista passe a integrar esse grupo de articulação política, atualmente conhecido como G-6, uma referência aos seis ministros petistas que integram o núcleo duro do governo. O PMDB recomendou ao ex-presidente o nome do vice-presidente Michel Temer para representar o partido nesse núcleo duro.
O padrinho político de Dilma ouviu muitas queixas de caciques peemedebistas. Renan Calheiros disse que o PMDB foi excluído de todo o processo consultivo e decisório. O presidente do Senado voltou a defender que o governo reduza cargos e ministérios no esforço de ajuste fiscal para mostrar o exemplo.
Os peemedebistas presentes avaliam que a coordenação política ficou tão crítica que foi preciso o ex-presidente Lula retomar as conversas, que ficaram interditadas pela ação do Palácio do Planalto.
“Dilma precisa ouvir mais o Lula. Ela decidiu ouvir os conselhos para isolar o PMDB. É preciso saber se isso terá consequência na forma de relacionamento do governo com o partido”, ressaltou um senador que esteve na conversa com Lula. (Blog do Camarotti)