A proposta do Governo do Estado de criar uma Secretaria Executiva para atender às minorias levou a um embate entre a bancada evangélica da Assembleia Legislativa (Alepe) e outros parlamentares da Casa, nesta segunda-feira (23). Os primeiros repudiam a criação da pasta, já o outro grupo defende que alguns segmentos, como os do LGBT, devem ter atenção especial pelo Legislativo e Executivo.
O deputado Cleiton Collins (PP) foi o primeiro a subir na tribuna para falar sobre a pasta. Segundo ele, as políticas públicas devem ser elaboradas e voltadas para todos de forma igualitária.
“O Executivo deveria se preocupar com temas como educação, saúde, combate às drogas e ao desemprego”, disse o parlamentar.
Em aparte, outros deputados da bancada evangélica defenderam o discurso de Collins. De acordo com Adalto Santos (PSB), a família tradicional precisa ser defendida. “É preciso respeitar as diferenças. Todos são iguais perante Deus”, relatou.
Segundo o deputado André Ferreira (PMDB), “não se pode criar cargos para atender privilégios de um grupo como o LGBT”. Já o professor Lupércio (SD) afirmou que não tem nada contra gays, mas sim “contra a prática de homossexualidade”. Na opinião de Joel da Harpa (PROS), os homossexuais não nascem como minoria e “podem optar por serem heterossexuais”.
Em defesa do segmento LGBT, o deputado Edilson Silva (PSOL) divulgou uma nota nas redes sociais que respeita os dogmas da bancada evangélica, mas que os argumentos não “podem ser parâmetros para o conjunto de uma sociedade plural e diversa”.
Ainda em defesa da criação da Secretaria, a deputada Priscila Krause (DEM) relatou que houve um aumento de 460% nas agressões contra os gays no Brasil. Já a deputada Teresa Leitão (PT), defendeu que “a verdadeira democracia contempla as minorias de forma cidadã”.(Blog da Folha)