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A REPARTIÇÃO DO BOLO

MAGNOPara escrever este comentário, fiz uma pesquisa detalhada com várias fontes de Brasília e do Rio de Janeiro para identificar como é a distribuição das propinas num esquema de corrupção gigante, como o da Petrobras, que transformou o mensalão em fichinha.

A conclusão: os políticos ficam com a maior parte da fama, mas são os empreiteiros e os funcionários públicos que realmente se aproveitam mais da roubalheira com o dinheiro da Nação. O exemplo da refinaria Abreu e Lima demonstra isso com fatos e números.

Em primeiro lugar, de acordo com os delatores, a participação da política fica entre 1% a 3% do total de cada contrato em que há pagamento de propina. Em segundo lugar, podemos calcular que o desvio na Abreu e Lima foi de pelo menos US$ 11 bilhões de dólares para um total já despendido de US$ 18 bilhões.

Na verdade, a refinaria foi originalmente orçada em US$ 2,4 bilhões, porém o custo mais elevado de um empreendimento desse porte (capacidade de 320 mil barris por dia de petróleo processado) é de US$ 7 bilhões, utilizando tudo o que há de mais sofisticado e caro que existe no mundo.

Tomando como base que aos políticos, no caso de Abreu e Lima, foi destinada a faixa mais elevada, de 3%, então eles afanaram um total de US$ 540 milhões (3% de US$ 18 bilhões). A parte principal do roubo – US$ 10,46 bilhões (US$ 11 bilhões menos US$ 540 milhões) – ficou com as empreiteiras e os funcionários da Petrobras.

Ou seja, os políticos ficaram com 4,9% (US$ 540 milhões de US$ 11 bilhões) do total desviado da maior estatal brasileira. Com isso, mais de 95% (US$ 10,54 bilhões do total roubado de US$ 11 bilhões) dos desvios criminosos ficaram nos bolsos sujos das empreiteiras e dos funcionários da Petrobras.

Sugiro que a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça consigam desvendar EXATAMENTE como foi essa distribuição macabra. E que as punições sejam implacáveis com todos os criminosos que destruíram o que já foi um dia símbolo de nossa força econômica, a falida ex-gigante Petrobras.

Por: Magno Martins


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