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ESPAÇO DA POESIA

dioILUSÃO DO SUICÍDIO:

Daqui da porta do meu quarto triste,
Arrebatado de pavor e pena,
Eu assisto a tristeza de uma cena,
Que pouca gente noutro quarto assiste.

Neste cassino que defronte existe,
Onde a flor da virtude se envenena,
Uma pobre e cansada Madalena,
Bebe nitrato e de viver desiste.

Vejo-lhe as mãos a comprimir-lhe os seios,
Ouço gemidos lancinantes, feios,
Que a dor arranca do seu peito fundo.

Maldizendo o destino e a pouca sorte,
Pões termo a vida, para ver se a morte,
É menos triste do que foi seu mundo.

Rogaciano Leite.


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