Eu estou como um chocalho,
Que uma criação perdeu,
Mas depois de tanto tempo,
O chocalho apareceu,
Com um som tão diferente,
Que o dono não conheceu.
Eu quero ser sepultado,
Na sombra de uma favela,
Onde morreu minha vaca,
E o meu cavalo de cela,
Pra ninguém saber se os ossos,
São meus, do cavalo ou dela.
Eu quero ser sepultado,
Num dia de brisa calma,
Na sombra de um juazeiro,
Junto ao roçado de palma,
Pra o gado em noite de lua,
Se encontrar com minha alma.
Pedro Bandeira.