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PARA EX-COORDENADOR DO MAIS MÉDICOS, AÉCIO NEVES FAZ DEBATE IDEOLÓGICO “MOFADO” SOBRE O PROGRAMA

“Esse debate que o presidenciável do PSDB tenta fazer sobre o Mais Médicos é um debate ideológico mofado”. A crítica partiu do ex-coordenador nacional do Mais Médicos, Mozart Sales (foto), ao rebater as críticas feitas ontem pelo tucano Aécio Neves. Um dos criadores do programa – juntamente com o ex-ministro Alexandre Padilha – Mozart descartou a questão política, afirmando tratar-se de uma ação de saúde, com resultados sanitários importantes para o País, e condenou o debate com viés meramente eleitoral.

Segundo o ex-coordenador, ao tentar explorar a relação do governo brasileiro com o governo cubano, Aécio Neves comete um equívoco, ou tenta “esconder” sua posição contrária ao Mais Médicos. “Ele (Aécio) inventou essa crítica sob encomenda, para atender aos interesses corporativos que desejam o fim do programa. Tanto é que, logo após fazer a crítica, ele foi se reunir com algumas entidades médicas do País, inclusive a Associação Médica Brasileira (AMB), que é radicalmente contra o programa”, afirmou.

Mozart Sales observou ainda que ao atacar um programa de saúde que já beneficiou mais de 50 milhões de brasileiros, Aécio Neves mostra total desconhecimento do assunto, sobretudo ao cobrar a aplicação do Revalida para que os cubanos possam trabalhar no Brasil. “Os médicos estrangeiros vêm exclusivamente para atuar na atenção básica. Para isso, fazem um curso de 160 horas, e depois são avaliados por profissionais locais antes de receber o registro para atuar”, explicou o ex-coordenador, que esteve em Cuba e em outros países para estudar o programa e colaborar com as negociações para implantação do programa no Brasil, processo intermediado pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).

De acordo com Mozart, a relação dos médicos cubanos com o governo de Cuba não compete ao governo brasileiro. Até porque, o custo de um médico cubano para o Brasil é exatamente o mesmo de um médico brasileiro. “O que importa é a efetividade do programa, que reduziu em 20,8 % o número de internamentos em um ano, e aumentou em 35% o índice de consultas na atenção básica no País”, listou.

Mozart arrematou apontando pesquisas realizadas em todo o País, que revelaram índices superiores a 80% de aprovação da população ao Mais Médicos. “Aécio Neves quer os aplausos da elite conservadora, que não depende de programas como o Mais Médicos. É esse o perfil do eleitor dele”, concluiu.


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