Três dias após o encerramento da Copa do Mundo, eu bem que poderia estampar uma matéria brilhante e requintada de detalhes sobre a nossa querida canarinha. Mas, infelizmente, o triste massacre imposto pelos alemães em 08/07 deixou-nos perplexos e sem encontrar uma explicação plausível para aquele fatídico 7 x 1. O resultado representou a maior goleada em uma seleção, dentro dos seus próprios domínios, em uma semifinal de Copa do Mundo e transmitiu os reflexos negativos para o jogo do sábado (12/07), quando perdemos de 3 x 0 para a Holanda, ficando numa incômoda 4ª posição.
E não adianta ficar procurando culpados. Os erros foram muitos, foram grosseiros e não escapavam aos olhares daqueles mais atentos. Só para termos uma idéia, citamos o caso do nosso banco de reservas: qualquer seleção que se preze e ambicione um título mundial precisa ter jogadores que resolvam os problemas na ausência dos titulares. E nós não tínhamos. O time principal não agradou, e as peças de reposição, muito menos. Por exemplo, Bernard atuou durante 66 minutos – contra México e Croácia -, mas não conseguiu um chute a gol . Jô foi outro atleta com desempenho pífio no Mundial. Utilizado no segundo tempo contra o Chile, o atacante errou 38% dos seus passes e não ganhou uma única disputa em bolas aéreas.
E o que dizer de atuações como as de Paulinho, Marcelo, Daniel Alves …? Enfim, não tínhamos seleção para disputar a Copa, e o que deu certo na Copa das Confederações, desta vez não funcionou. E tem mais um detalhe: só não nos despedimos mais cedo do Mundial por pegarmos um dos grupos mais fracos da competição e, mesmo assim, não conseguimos fazer um golzinho na seleção do México, no terceiro jogo da seleção. Portanto, caríssimos leitores, a nossa seleção foi um verdadeiro fiasco.
Quando passamos pela Colômbia, tivemos o infortúnio de perder um zagueiro (Thiago Silva) e o nosso camisa 10, Neymar, que não evitariam o vexame, embora pudessem amenizá-lo. E não nos preparamos para enfrentar a Alemanha: enquanto ouvíamos palestra, os alemães treinavam; enquanto tínhamos sessões com psicólogos, os alemães treinavam; enquanto Felipão enganava a imprensa com escalação trocada, os alemães treinavam, e enquanto tínhamos folga atrás de folga, eles continuavam treinando. E por isso foram os melhores.
Esqueçamos os 15 gols de Ronaldo Fenômeno em Copas do Mundo e o poder ofensivo de Romário, Bebeto e Rivaldo. A atual seleção carece de um camisa 9 goleador. Fred, dono do posto, atuou em seis partidas e deixou sua marca apenas uma vez, contra Camarões. Diante do Chile, nas oitavas de final, ficou 56 minutos em campo e só finalizou duas vezes. Desempenho insignificante para o jogador que deveria ser o artilheiro da equipe, pois Felipão apostou todas as suas fichas e esperou até a última hora que ele desencantasse.
Voltamos a insistir: nada de procurar culpados. Erramos exageradamente e não tínhamos seleção para ganhar a Copa. Resta-nos sacudir a poeira, lutarmos para superar as dificuldades, começando por investir e apoiar essa “turma de garotos” que tem muito chão pela frente, e, em 2018, – quem sabe – o Brasil possa brilhar e apresentar o futebol arte que aprendemos a amar e que por várias décadas foi respeitado por todos os adversários, independentemente de a Copa do Mundo ser realizada aqui ou em qualquer outra parte do Planeta.
Danizete Siqueira de Lima.