Para o candidato a presidente, Eduardo Campos (PSB), os problemas na forma de governar de estados e municípios é uma consequência da política que “emana” de Brasília. Dessa forma, para o socialista, se faz justificável, então uniões do partido dele em palanques de siglas ideologicamente opostas e, até adversárias em campo nacional, como PSDB e PT. “Não se trata da disputa de palanques regionais, mas de Brasília, porque é lá que está concentrado o poder que sustenta a fisiologia nos estados e leva o Brasil a viver essa crise”, disse durante sabatina do jornal Folha de São Paulo, da qual participou na manhã desta terça-feira (17).
O ex-governador de Pernambuco afirmou que as uniões que fez foram por consequências de coincidências programáticas. “Eu venho de um estado que tem tradição política uma coisa é fazer Frente com pensamento, outra coisa é fazer Frente por ajuntamento, troca apoios, por tempo de televisão. Nós não estamos fazendo isso”, rebateu aos questionamentos. Ao mesmo tempo, negou que fosse contraditório a postura que tem adotado de criticar a presidente Dilma Rousseff (PT) e preservar o ex-presidente Lula (PT).
Ainda durante a sabatina, Eduardo Campos foi indagado sobre declarações recentes de que obras do governo federal no Nordeste estariam atrasadas, especialmente a Transposição do São Francisco, ligada à pasta de Integração Nacional que era comandada pelo correligionário socialista, Fernando Bezerra Coelho, até o final do ano passado. “A responsabilidade das obras que não foram entregues é da presidente Dilma….. Se fosse só essa obra talvez o ministro tivesse uma responsabilidade maior, mas são várias”.
Apesar das pesquisas indicarem que socialista permanece com um baixo percentual de intensões de voto no nordeste brasileiro, ele afirmou estar confiante de que ganhará a eleição nesta região do país. Disse ainda que a transferência de votos que a ex-senadora Marina Silva (PSB/Rede) teve na eleição de presidente em 2010 para ele deverão ser sentidas até o final de agosto.
O candidato também foi indagado sobre a indicação da mãe dele, Ana Arraes, para o Tribunal de Contas da União (TCU). A resposta dada foi uma das mais curtas do programa. “Ana Arraes sempre foi uma militante política… Foi eleita deputada e ela se elegeu no voto, na regra, teve a maior votação e exerce suas funções”. resumiu.