Decidido a fechar a escolha de sua chapa majoritária estadual antes do Carnaval, o governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB) está se dedicando a avaliar os correligionários que cumprem com louvor dois pré-requisitos considerados fundamentais: confiança e fidelidade. O perfil de um candidato mais político vem perdendo força frente à opção de um nome técnico.
Nesse cenário, cresceram nas últimas semanas os nomes de dois secretários: Tadeu Alencar, titular da Casa Civil, e Paulo Câmara, responsável pela secretaria de Fazenda. Ambos já vinham sendo cotados para a disputa mas uma pesquisa interna – que mostrou o interesse da população por um governador mais identificado com a gestão do que com a política – serviu para dar início ao processo, descartando alguns auxiliares.
O secretário das Cidades, Danilo Cabral, e o secretário de Saúde, Antônio Figueira estão fora da lista na conjuntura atual.
Paulo Câmara, conforme informações de bastidor, conta com a simpatia da base partidária. Casado com uma prima de Eduardo Campos, além da ligação familiar, acompanhou o ex-governador Miguel Arraes de Alencar durante parte de sua vida pública. Apesar de dispor de menos traquejo político que os demais, é de total confiança do líder socialista.
Em entrevista à repórter Sheila Borges, da coluna Pinga-Fogo, ele afirmou que se for convidado para ser o representante do PSB na eleição, aceitará.
Já Tadeu Alencar tem a favor a função que desempenha desde 2011. São as atribuições da Casa Civil, entre outras: promover a articulação direta do Executivo com os demais Poderes e com os municípios, exercer a coordenação das atividades governamentais nos aspectos políticos, cívicos e de representação em nível estadual, regional e nacional. O secretário dialoga com prefeitos, deputados estaduais e federais, o que facilitaria a aceitação de seu nome.
Persistente, o ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho segue se movimentando. Contudo, seu nome está sendo pensado para a vaga de Senado – a depender de como será encaminhada as negociações com o PMDB, já que o senador Jarbas Vasconcelos quer disputar a reeleição – ou para uma função nacional na campanha presidencial de Campos.
Quanto ao vice-governador João Lyra Neto – que a partir de abril assumirá o governo para um mandato de nove meses -, Eduardo entende que o momento é de reforçar a campanha para reeleger sua filha, a deputada estadual Raquel Lyra.(Bruna Serra-JC)