Em meio à insistência de setores do PT de Pernambuco para o partido ter candidato próprio ao governo de Pernambuco este ano, enquanto a cúpula nacional – com aval do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – prefere coligação com a já certa postulação do senador Armando Monteiro Neto (PTB), o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, desembarca ainda este mês no Estado para conversar com lideranças sobre o cenário eleitoral.
O dirigente iniciou esta semana viagens pelo Nordeste para debater as eleições, tendo passado pelo Ceará, Alagoas e Bahia. A expectativa é que ele chegue em Pernambuco na próxima quinta-feira.
Enquanto isso, o Diretório Estadual reúne-se neste sábado (18), no Recife. Em pauta: a escolha de um grupo que coletará informações para a direção decidir a melhor posição a ser tomada na eleição.
O encontro também servirá para definir os cargos que os nomes eleitos no Processo de Eleição Direta (PED) ocuparão na Comissão Executiva, como os titulares das Secretarias Geral e de Finanças. A presidente estadual, deputada Teresa Leitão, quer que a escolha seja feita por acordo, mas ainda não há consenso para alguns cargos.
Caso não se chegue a um entendimento, será colocado em prática o regimento interno, segundo o qual a chapa que teve mais votos terá prioridade de escolha e assim sucessivamente.
Estão sendo esperados os 56 membros do Diretório, além dos militantes com mandato. Um fato inusitado deve ocorrer logo na abertura, quando o senador Humberto Costa e o ex-prefeito do Recife João da Costa devem apresentar um painel do cenário político. Cada um terá 30 minutos de fala e, em seguida, o debate será aberto. João da Costa foi rifado de tentar a reeleição em 2012 com a imposição pela Executiva Nacional da candidatura do senador. Ainda deve comparecer o deputado federal João Paulo, que também não cultiva boa relação com o ex-prefeito.
O dilema do PT em torno da sucessão estadual gira em torno de duas posições. A primeira é a dos que defendem candidatura própria. Eles acreditam que dois “palanques aliados” da oposição podem forçar um segundo turno contra o nome a ser lançado pelo governador-presidenciável Eduardo Campos. A segunda opção, defendida pela direção nacional, aponta que estar unido já no primeiro turno fortalece a campanha de reeleição da presidente Dilma. Na composição com Armando Monteiro, o PT teria espaço na majoritária.