Com o discurso curto e direto, o deputado federal e presidente estadual do PSDB em Pernambuco, Sérgio Guerra, declara que seu partido já conta com a candidatura do governador Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República nas eleições de 2014. Em entrevista ao jornal Valor Econômico desta segunda-feira (9), o tucano elogia o pernambucano, destaca as parcerias dos dois partidos em vários estados do país, mas não deixa de alfinetar o aliado. Para ele, Campos precisa mudar o direcionamento do discurso.
“Isso o povo já garantiu nas ruas (o segundo turno), nos últimos 90 dias. Agora Eduardo tem que resolver um problema. Está fazendo discurso para empresário e precisa fazer para o povo. E discurso para o povo é, primeiro, ele resolver se é da oposição ou do governo. Mas torcemos pela candidatura, não porque pode nos levar ao 2º turno, mas para quebrar essa dicotomia. Quando eles (PT) não têm mais o que fazer, vem o Lula falar da elite contra as massas. Depois, vai jantar com os caras do Bradesco”, considerou.
A crítica do deputado e ex-presidente nacional do PSDB pode soar como um “conselho de amigo”. Isto porque ele e o governador de Pernambuco possuem uma “boa relação”. Sérgio Guerra conhece bem o PSB, partido no qual foi filiado e militou. Aliás, sua atuação entre os dois partidos é mais de articulador. No final do mês passado, por exemplo, a pedido de Sérgio, Campos e Aécio tiveram uma conversa no Recife, na casa do socialista. Nos bastidores, a informação era que estava sendo planejado um pacto de não agressão no primeiro turno que também teria como objetivo uma parceria eleitoral no segundo turno.
Ao Valor Econômico, Sérgio Guerra destacou algumas alianças estaduais entre os dois partidos, isto já na eleição de 2014. “O PSDB e o PSB não são inimigos. São partidos amigos, que se combinam em certas áreas. Mas os dois projetam disputar 2014 e querem que essa eleição seja grande, múltipla e quebre a polarização e o discurso governamental, de que eles são a favor dos pobres e os outros, contra”, destacou antes de considerar a possibilidade dos “palanques duplos”, que servirão, ao mesmo tempo, para Aécio e Campos. “Muito provável. São Paulo e Minas têm muitas chances. (Os partidos) Também conversam em Alagoas, Paraná, em Minas Gerais, podem conversar em Brasília, no Amazonas…”, completou.(Tércio Amaral-Diário de Pernambuco)