O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), defendeu ontem (14) que o projeto que inibe a criação de novos partidos deve ser apreciado, de fato, pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar da tendência que a aponta que Corte deve repassar a “responsabilidade” sobre a nova legislação para o Senado, Campos, que é apontado como um dos possíveis candidatos à Presidência da República nas eleições de 2014, acredita que a matéria deve voltar ao Supremo tão logo seja aprovada no Congresso Nacional.
“Decisão da Suprema Corte temos que ter, na democracia, o entendimento que cabe acatar. Mas, ao mesmo tempo, interpretar que, ao longo dos votos, muitos [ministros] deixaram claro que uma coisa é interromper um processo de votação que estava em curso no Senado e outra coisa é o mérito da matéria”, disse Campos ao jornal Folha de S. Paulo logo após um encontro com empresários na cidade de Araxá, no interior de Minas Gerais.
“Ao cabo da votação continua o debate sobre a constitucionalidade, a meu ver. Então, esse assunto deverá voltar ao STF tão logo o Congresso Nacional conclua a votação no Senado”, concluiu. Eduardo é um dos defensores, ao lado do senador Aécio Neves (PSDB), da criação do novo partido da ex-senadora Marina Silva (ex-PT e ex-PV), o Rede Sustentabilidade, que seria um dos maiores prejudicados com a nova legislação. A oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) acredita que, com a criação da legenda, a eleição presidencial de 2014 deve seguir para o segundo turno.
O governador de Pernambuco falou sobre o assunto junto ao governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB). Na quinta-feira (13), a maioria dos ministros do Supremo votou contra a liminar de Gilmar Mendes que suspendeu a tramitação do projeto de lei que inibe a criação de novas legendas. O pedido de liminar foi feito pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB), correligionário de Campos.