Filho de família tradicional de Correntes, o ex-prefeito Nivaldo Lúcio de Oliveira Júnior, 44 anos, não demonstra ter assimilado a derrota apertada. Diz que, depois de mais de 100 dias, ainda espera o julgamento de um recurso na primeira instância da Justiça Eleitoral que pede a anulação da disputa. Segundo ele, hoje há insatisfação até mesmo entre os aliados do novo gestor, o que pode ajudá-lo a abrir uma CPI na Câmara de Vereadores para investigar denúncias de suposto enriquecimento do prefeito.
Como o senhor se sentiu ao perder a eleição por um voto e como vê o governo do seu adversário?
Foi um impacto muito grande. A gente entende que vinha fazendo uma boa gestão e um voto decidiu por toda a comunidade. Entrei inclusive com uma ação de anulação no TRE, porque houve a transferência de mais de 400 títulos para Correntes. Então, eu ainda espero o posicionamento e estou pensando em pedir que meus aliados na Câmara tentem abrir uma CPI contra ele, porque a gente está escutando tantas coisas que fica chocado…
O prefeito disse que o senhor deixou um caos na saúde…
Isso não é verdade. De 184 municípios do estado, Correntes está entre os 30 municípios que receberam o selo Unicef, que faz uma avaliação do gerenciamento em relação a vários indicadores, como saúde, educação, assistência social e cuidados com a criança e o adolescente. Vocês podem olhar no site do TCE, investi 28% de recursos próprios na saúde municipal, bem mais do que exigido por lei.
O que houve então com o IDEB, que caiu de 3,6 em 2009 para 3,3 em 2011?
Infelizmente enfrentamos uma cheia difícil, entramos em situação de calamidade. Ficamos três meses sem aulas em 2010 por conta da cheia e isso se refletiu nos dados de 2011. Mas, quando eu assumi o município, o Ideb era de 2,6. O atual prefeito diz que não há recursos para pagar os servidores da educação para jogar a população contra mim, mas há em caixa R$ 2 milhões para isso. (Aline Moura – Diário de Pernambuco)