Pernambuco parecia acomodado com o ciclo ininterrupto de arruaças, depredações, brigas e outros tipos de violência relacionadas aos jogos de futebol. Sujeira jogada para debaixo do tapete pelas autoridades. E soluções cobradas com muita timidez pelos próprios cidadãos. As pessoas de bem sobreviviam “ao redor” do pesadelo semanal, esquivando-se, mudando trajetos, buscando distância da tormenta de agressividade. Contudo, um rosto agora não deve ser mais esquecido por um bom tempo. Espalhadas por redes sociais, fotos sorridentes de um garoto de 19 anos. Compartilhadas por familiares e amigos, pedindo por orações e, principalmente, por doações de sangue, para ajudar o jovem em sua dificílima batalha pela vida. Baleado na cabeça, Lucas de Freitas Lyra, integrante de uma torcida organizada do Náutico, foi o alvo da vez. A busca pelo autor do disparo segue, a história ainda tem muitas pontas soltas. O estado clínico de Lucas é muito grave. Tão grave quanto a inoperância dos setores responsáveis por combater (e principalmente) prevenir essas ações. O fim de semana, no qual a violência venceu o futebol, foi marcado pelo jogo de empurra-empurra das responsabilidades. Até quando?
Por: Gustavo Paes