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Crônica de Ademar Rafael

ANICETO ELIAS DE BRITO

Na data de hoje, no ano de 1977, eu assumia o emprego no Banco do Brasil e deixava de pertencer ao quando de funcionários do “Bazar das Miudezas”, depois transformado em “Borbão”, por isto quero registrar minha gratidão ao ex patrão, meu grande e imortal mestre.

Na segunda metade da década de setenta pelas mãos de Dimas Mariano, funcionário da empresa de produtos agropecuários (CRC) que funcionava em frente à Panificadora de Severino Lolô e ao lado da Peixaria de Minéu, cheguei ao “Bazar das Miudezas” para a missão impossível de substituir Danizete.

Durante o período de longo aprendizado contei com apoio do proprietário o que inspirou o jovem poeta Elais – irmão de Danizete e Diomedes – a criar esta pérola: “Tem Evandro que é péssimo camarada/Diomedes que
ali nada resolve/Tem Elias que nunca desenvolve/Vilani que é tonta e azoada/Geraldina que não sabe de nada/E Luzia que não presta atenção/Diomedes é ruim que só o cão/E Evandro além de ruim é analfabeto/Prá fazer o gosto de Tio Aniceto/Só Ademar, Danizete e outro não.”

As viagens para Tavares – Paraíba, invariavelmente depois do “Qual é a música?” nas noites de domingo eram sempre uma aula para este cronista. Aniceto não perdia oportunidade de dar bons exemplos, contar histórias sobre figuras de relevo no mundo político.

Numa destas viagens, durante uma crise de diabetes, Aniceto perguntou se eu sabia dirigir. Como já havia conduzido carros de Quincas Rafael anos antes disse que sim. Ele prontamente passou para o bando do carona e mandou que levasse a Brasília. Naquele trajeto fiz todas as barbeiradas possíveis e imagináveis, dava para perder um duzentos pontos na carteira e pagar valor expressivo de multas. O trecho Entrada do Sítio Matalotagem/Princesa Isabel – com chuva, meu estado etílico e estrada ruim -, permitiu que o lema: “Dirigido por mim e guiado por Deus” fosse aplicado na integra. Chegamos vivos por obra e graça de DEUS. De Princesa para Tavares ele retomou direção, poupando novas vidas.

Na última viagem, antes de assumir o emprego no Banco do Brasil, Aniceto deu-me o seguinte conselho: “Seja você mesmo, respeite a todos e seja honesto em todos os seus atos”.

Nos anos 70 Aniceto pregava o que de mais contemporâneo existe na relação empresa x cliente, destaco aqui os seguintes pontos: “Chame o cliente pelo nome; crie uma relação de confiança; seja consultor do cliente, apresente alternativas; demonstre boa vontade ao expor os produtos; não permita que o cliente saia sem comprar algo; cumpra tudo que prometer; gere motivos para que o cliente volte e compre SEMPRE…”

Adaptado da crônica Pessoas do meu sertão XXV – www.afgoadosdaingazeira.com.br


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