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Henry Kissinger, diplomata norte-americano e ganhador do Nobel da Paz, morre aos 100 anos
Por Giuliana Viggiano, Wesley Bischoff, g1 — São Paulo
O diplomata norte-americano e vencedor do Prêmio Nobel da Paz, Henry Kissinger, morreu nesta quarta-feira (29) aos 100 anos, segundo a Kissinger Associates Inc. A causa da morte ainda não foi revelada.
Kissinger morreu em casa, em Connectitcut. O funeral deve ser reservado somente para a família. Uma cerimônia pública de memorial deve ser feita em Nova York.
O diplomata ganhou fama nos anos 1970 por sua forte atuação como Secretário de Estado e Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos nos governos dos presidentes Richard Nixon e Gerald Ford.
Diante de seu papel no governo norte-americano, Kissinger participou de vários eventos globais importantes, durante a Guerra Fria.
Ele liderou conversas com a União Soviética para controlar a corrida nuclear durante o período; foi responsável por aproximar os Estados Unidos da China; e participou de negociações de paz para a Guerra do Vietnã.
No entanto, também foi alvo de uma série de polêmicas, por ter apoiado ditaduras anticomunistas na América Latina.
O que pode acontecer se Milei fechar o BC da Argentina
Ex-diretores do Banco Central brasileiro avaliam quais poderiam ser as consequências de não ter uma autoridade monetária na Argentina e como seriam levadas adiante políticas que, hoje, são executadas pela instituição.
g1 — O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, tem dado sinais de que vai cumprir o compromisso de campanha de acabar com o Banco Central do país e dolarizar a economia. A medida é considerada extrema por economistas.
“Fechar o Banco Central é uma obrigação moral, e dolarizar (a economia) é uma maneira de nos livramos do Banco Central”, declarou Milei, na última segunda-feira (20).
O presidente eleito propôs, no entanto, que a moeda adotada por seu governo “seja aquela escolhida pelos indivíduos”.
No discurso da vitória, no fim de semana, ele não mencionou essas ações, mas disse que a crise exige medidas drásticas, “sem gradualismos”.
O fechamento do Banco Central argentino significa que o país não poderia mais fixar sua taxa básica de juros, instrumento tradicional para tentar conter a disparada dos preços em várias nações, e nem emitir moeda (quantidade de recursos disponíveis na economia).
Com o fim do BC, em tese, o governo também estaria abdicando de uma instituição que emprestasse recursos aos bancos no fim do dia para fechar o seu caixa, e que regulasse o sistema financeiro, evitando operações irregulares, prejuízo aos clientes e eventuais crises de confiança bancárias.
Em sua página na internet, o BC brasileiro, que conta com autonomia operacional, diz que sua missão institucional é “assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda [controle da inflação] e um sistema financeiro sólido e eficiente”.
O g1 entrou em contato com ex-diretores da autoridade monetária brasileira. E perguntou quais poderiam ser as consequências de não ter um Banco Central, e como seriam levadas adiante as políticas que não serão mais executadas pela instituição
Milei abandona discurso eleitoral: ‘Se Lula vier, será bem-vindo’
E, na noite desta quarta-feira (22), em uma entrevista a um canal de TV local, o próprio Milei disse “se Lula vier, será muito bem-vindo”.
g1 — Na Argentina, o governo eleito deixou de lado o discurso de campanha contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e indicou hoje que ele será bem-vindo à posse de Javier Milei em 10 de dezembro.
A futura chanceler de Javier Milei, Diana Mondino, que é uma de suas pessoas de maior confiança, declarou que gostaria que o Presidente Lula viesse para a cerimônia. E, na sequência, confirmou o aceno: “Vamos convidar Lula para vir à posse”. Ela destacou que “o Brasil e a Argentina sempre estiveram juntos e sempre trabalharão juntos”.
E, na noite desta quarta-feira (22), em uma entrevista a um canal de TV local, o próprio Milei disse “se Lula vier, será muito bem-vindo”. Durante a campanha, Milei fez ataques a Lula, entre outras coisas chamando-o de “corrupto” e “comunista”, além das promessas de retirar a Argentina do Mercosul.
Milei presidente: a Argentina continuará barata para brasileiros?
Propostas radicais do economista ultraliberal são cercadas de imprevisibilidade, algo que o investidor (que controla o câmbio) odeia. No curto prazo, peso argentino deve sofrer e manter a conversão favorável; no longo prazo, argentinos esperam estabilização da economia.

g1 — A eleição de Javier Milei para a presidência da Argentina deve trazer dias de apreensão no mercado financeiro local, com efeitos notáveis no câmbio. O peso argentino teve uma perda expressiva de valor durante a disputa, e a confirmação de que propostas ousadas do economista ultraliberal serão levadas a cabo podem agravar uma situação já difícil.
A desvalorização da moeda nacional veio acompanhada de um combo de problemas macroeconômicos, que inclui uma inflação altíssima (mais de 140% em 12 meses), falta de reservas em dólar, endividamento e aumento da pobreza. Por outro lado, criou um fenômeno turístico: uma legião (ainda maior) de turistas brasileiros no país vizinho.
Se o peso argentino vale menos, o real fica mais poderoso. O dólar blue, principal cotação paralela da moeda americana, subiu mais de 207% em 12 meses. Da casa dos 370 pesos em janeiro, chegou a 1 mil pesos pouco antes das eleições.
“O câmbio nesse patamar possibilita um upgrade nos serviços, com excelentes hotéis, restaurantes, vinhos e passeios a custos abaixo do que normalmente teriam. Isso já aconteceu outras vezes e sempre que ocorre, vemos a demanda aumentar”, diz Marina Figueiredo, presidente executiva da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa).
O cenário vantajoso de conversão de moeda consolidou Buenos Aires como um dos principais destinos turísticos dos brasileiros em 2023, diz a entidade. E a incerteza causada pelas propostas de Milei geram aversão em investidores e podem ampliar as perdas do peso argentino, em especial no início do governo.
Economistas ouvidos pelo g1 dizem que as medidas radicais propostas pelo novo presidente, como dolarizar a economia e extinguir o Banco Central, têm riscos claros para a política econômica e precisam de ampla adesão do Congresso, o que Milei ainda não demonstrou que terá.
“Milei confirma que pretende seguir com a dolarização, mas não há nada concreto, nem um plano do que deve ser feito. Isso demanda uma emenda constitucional, como foi feita no Plano Cavallo, nos anos 1990”, lembra o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale.
“Precisaria de um cenário fiscal muito mais equilibrado e uma força política muito grande no Congresso para aprovar essas medidas. E ele está muito distante de ter isso”, afirma.
Javier Milei é eleito presidente da Argentina com pauta ultraliberal e discurso radical antipolítica
Economista venceu Sergio Massa no 2º turno e tomará posse em dezembro para 4 anos de mandato. Entre suas propostas estão dolarizar a economia e fechar o Banco Central.

g1 — O economista ultraliberal Javier Milei, do partido A Liberdade Avança, venceu neste domingo (19) a eleição para a Presidência da Argentina.
Com 97% das urnas apuradas, Milei tem 55,76% dos votos, contra 44,23% de Sergio Massa, ministro da Economia e candidato governista.
A diferença de aproximadamente 3 milhões de votos surpreende, porque as pesquisas indicavam um cenário mais acirrado.
Cerca de 26 milhões de argentinos votaram, 76,3% do total. Milei foi mais votado em 20 das 23 províncias do país, além da capital Buenos Aires, que é uma cidade autônoma.
Primeiro discurso
“Hoje começa a reconstrução da Argentina”, disse o presidente eleito no primeiro discurso. Milei agradeceu ao ex-presidente Mauricio Macri e à ex-candidata Patricia Bullrich, que decidiram apoiá-lo no segundo turno. “Colocaram o corpo para defender a mudança de que a Argentina necessita”, afirmou.
No primeiro discurso como presidente eleito, Milei foi mais contido do que costuma ser. Pregou pautas liberais e criticou a classe política, mas adotou um tom mais conciliador. Não mencionou suas propostas mais radicais, como dolarizar a economia, nem detalhou medidas que pretende tomar.
Disse que é uma noite histórica e que considera um milagre a Argentina ter um presidente “liberal e libertário”.
“Hoje começa o fim da decadência argentina, termina o modelo empobrecedor do Estado onipresente”, disse ele. “A Argentina tem futuro, e esse futuro é liberal”, afirmou. “Se abraçamos essas ideias, não vamos apenas poder resolver os problemas de hoje, mas dentro de 35 anos voltaremos a ser uma potência mundial.”
“A situação da Argentina é crítica. Não há lugar para gradualismos nem para fraqueza, não há lugar para meias medidas”, disse. “Se não avançarmos rápido com as mudanças estruturais de que a Argentina necessita, nos dirigimos para a pior crise da nossa história”, acrescentou.
Ao se referir ao atual governo, pediu que “assumam sua responsabilidade até o fim do mandato”. “Ao governo queremos pedir que sejam responsáveis, que entendam que chegou uma nova Argentina e atuem de forma consequente”, afirmou. “Uma vez finalizado o mandato, poderemos transformar essa realidade tão trágica para milhões de argentinos.”
Massa reconheceu a vitória de Milei antes mesmo de os primeiros números serem divulgados oficialmente. “Javier Milei é o presidente eleito pela maioria dos argentinos”, disse ele em discurso para apoiadores.
Milei tomará posse em dezembro para 4 anos de mandato. Sua vitória vem após uma virada no segundo turno, já que Massa havia sido o mais votado na primeira etapa da eleição.
Aos 52 anos, Milei será o 52º presidente do país e terá que enfrentar a pior crise econômica em décadas, com a maior inflação em mais de 30 anos, dois quintos da população vivendo na pobreza e forte desvalorização cambial. Desafios agravados por uma dívida externa bilionária e pela falta de reservas internacionais.
Durante a campanha, ele encampou propostas radicais para atacar esses problemas, como promover a dolarização da economia Argentina e acabar com o Banco Central do país.
Fronteira com o Egito é fechada, e brasileiros seguem na Faixa de Gaza
A fronteira entre o sul da Faixa de Gaza e o Egito voltou a ser fechada nesta sexta-feira (10), e a passagem de brasileiros e seus parentes que aguardavam para cruzá-la ficou incerta.
O grupo integra a 7ª lista de estrangeiros que haviam sido autorizados a deixar o território nesta sexta. Desde cedo, eles estavam em frente ao posto de controle da cidade fronteiriça de Rafah, que atualmente é a única via de saída da Faixa de Gaza, aguardando para poder sair.
Uma nova tentativa será feita no sábado, segundo afirmou ao g1 o embaixadores do Brasil na Palestina, Alessandro Candeias.
Candeias disse que apenas cinco ambulâncias com feridos foram autorizadas a passar pela fronteira nesta sexta, e demoraram para chegar até o posto de controle.
Parte da demora, disse o embaixador, ocorreu por conta da “forte presença militar israelense em combates ao redor de hospitais”, o que fez com que as ambulâncias demorassem para conseguir sair. Mais cedo, o Crescente Vermelho (como é chamada a Cruz Vermelha em países de maioria islâmica) afirmou que uma ação militar de Israel no hospital Al-Quds, no norte de Gaza, deixou um morto e 19 feridos.
A passagem de Rafah fica aberta apenas por algumas horas diariamente, por exigência de Israel e do Egito, que alegam risco de que integrantes do grupo terrorista do Hamas possam cruzar a fronteira.
O embaixador afirmou esperar que o grupo de brasileiros e seus parentes consiga deixar o território palestino no sábado (11).
“Se as ambulâncias puderem sair amanhã, os estrangeiros também poderão, inclusive nossos brasileiros”, disse Candeias ao g1.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que a passagem foi fechada.
Principal tribunal da Venezuela suspende resultados das primárias presidenciais da oposição

O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela afirmou, nesta segunda-feira (30), que suspendeu os resultados das primárias presidenciais da oposição realizadas há uma semana, apesar de um acordo eleitoral entre governo e oposição que permite que cada lado escolha seu candidato presidencial de acordo com regras internas.
A decisão pode irritar os Estados Unidos, que este mês reverteram algumas sanções em troca do acordo eleitoral.
O Departamento de Estado norte-americano já disse que restabelecerá as sanções se o governo do presidente Nicolás Maduro não suspender as proibições a alguns candidatos da oposição e não libertar os presos políticos e os norte-americanos “detidos injustamente”, até o final de novembro.
Israel ataca Cidade de Gaza por terra, ar e mar; moradores se escondem em hospital
g1 — Tropas e tanques israelenses atacaram a maior cidade de toda a Faixa de Gaza, a Cidade de Gaza, nesta segunda-feira (30), por terra e ar, segundo autoridades israelenses. Moradores também relatam que houve ataques a partir do mar – o território palestino é banhado pelo Mar Mediterrâneo, neste quarto dia de operações terrestres de Israel dentro do território de Gaza.
A Cidade de Gaza é a maior e mais populosa do território da Faixa de Gaza e tem cerca de 600 mil habitantes. Ela fica localizada ao norte da estreita faixa de terra e é muito importante para a região.
Israel iniciou uma grande investida em Gaza na noite de sexta-feira e reiterou os pedidos para que os civis se deslocassem do Norte para o Sul. No entanto, muitos palestinos continuaram na Cidade de Gaza com medo de perder as suas casas. Assustados com os ataques, eles passaram a buscar abrigo ao lado de milhares de feridos.
Testemunhas também disseram para a agência de notícias AFP que tanques de guerra estariam nos arredores da Cidade de Gaza.
Frame de vídeo mostra momento em que carro tenta desviar de tanque de guerra em estrada de Gaza — Foto: Reprodução/Redes sociais
Frame de vídeo mostra momento em que carro tenta desviar de tanque de guerra em estrada de Gaza — Foto: Reprodução/Redes sociais
Autoridades israelenses afirmam perseguir terroristas do Hamas que estariam escondidos em um labirinto de túneis debaixo da cidade. Segundo os militares, os ataques dos últimos dias atingiram mais de 600 alvos vinculados ao Hamas.
Bolsonaro depõe hoje à PF sobre grupo golpista de empresários
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) presta depoimento hoje, às 14h30, na sede da Polícia Federal, em Brasília, sobre o grupo no WhatsApp formado por empresários suspeitos de planejar um golpe de Estado.
O que aconteceu
A Polícia Federal quer ouvir o ex-presidente após a investigação localizar uma mensagem atribuída ao ex-presidente em que o número pede para que o empresário Meyer Nigri, dono da Tecnisa, compartilhe notícias falsas sobre ministros do STF e em relação às urnas eletrônicas.
À Jovem Pan, Bolsonaro disse sentir “vergonha” de ter que falar sobre esse assunto, negou que tenha participado do grupo, mas ressaltou que “trocava informações” em conversas particulares com os empresários.
Em agosto de 2022, o site Metrópoles revelou a existência de um grupo de empresários bolsonaristas para arquitetar um golpe caso o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencesse as eleições.
Hamas propõe libertar reféns em troca de cessar-fogo, diz TV
O Hamas ofereceu ao governo de Israel libertar alguns dos 203 reféns capturados pelo grupo terrorista em troca de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, segundo apurou a rede britânica BBC.
De acordo com a BBC, membros da negociação ainda discutem o acordo.
Os reféns foram capturados por integrantes do Hamas durante o ataque terrorista que o grupo fez no sul de Israel em 7 de outubro. Entre eles, há cidadãos israelenses e de países como o Reino Unido, os Estados Unidos, a Rússia e o Brasil, segundo o Ministério da Defesa de Israel.
O Itamaraty afirmou não ter recebido informação sobre reféns nacionais.