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Cobranças por rigor no combate à violência de torcidas são destaques no Plenário

As cenas de violência que tomaram conta das ruas do Recife, no último sábado, horas antes do início da partida entre Sport e Santa Cruz, foram debatidas em plenário. A identificação e punição dos responsáveis foi exigida pelo conjunto dos parlamentares. Waldemar Borges, do PSB, afirmou que o problema é de segurança pública, mas não apenas vinculado a uma ação policial. Mesmo com cobranças ao Governo, ele apontou como “corajosa” a declaração do secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, de que alguns dirigentes de clubes são coniventes com organizações criminosas. Borges citou doações em dinheiro para torcidas organizadas e defendeu a responsabilização também dos cúmplices da violência.

“Não pode imaginar que quando está dando pix a uma organização criminosa, a organização vai utilizar esse recurso para comprar pipoca ou guaraná nos jogos de futebol. É preciso que se estabeleça essa verdade, é preciso que se coloque luz nesse aspecto da violência. Eu quero hipotecar a minha solidariedade ao secretário. Além da ação policial na ponta, é preciso que se aprofunde essa investigação.”

Dani Portela, do PSOL, avaliou que não se pode negar que houve falha da área de segurança pública do Governo. Para ela, isso seria não admitir um erro e não ter capacidade de consertá-lo. A parlamentar afirmou que não se enfrenta a violência das torcidas apenas com a retirada de verdadeiros torcedores dos estádios. Ela cobrou ações que disseminem a cultura de paz. “E essas ações da cultura de paz, você precisa chamar e sentar com os clubes, com a CBF, com o Ministério dos Esportes, com o Governo do Estado e suas polícias, com as organizações da sociedade civil que tem debatido esse tema exaustivamente, com especialistas da área, pra pensar no conjunto de ações que podem ser pensadas principalmente de maneira preventiva.”

Coronel Alberto Feitosa, do PL, preferiu não partidarizar as críticas direcionadas aos acontecimentos. O deputado afirmou que o Legislativo precisa usar dos meios que dispõe para ajudar no enfrentamento ao problema, como a proposição de projetos. Lamentou ainda que, na avaliação dele, o país convive com uma legislação muito permissiva, que deixa os policiais em permanente frustração, com casos de prisões em flagrante que acabam com a soltura dos criminosos nas audiências de custódia. No entanto, avaliou que os erros no episódio do último sábado foram gritantes, e aproveitou o caso para reforçar a cobrança pela instalação de câmeras de segurança pelo Governo do Estado.

“A gente não pode negar que o Estado de Pernambuco, a Força Policial, a Secretaria de Defesa Social cometeram erros absurdos.”

Joel da Harpa, do PL, defendeu a punição aos “verdadeiros culpados”. Junior Matuto, do PSB, exigiu que o Governo do Estado assuma a liderança do combate à crise de segurança pública. Renato Antunes, do PL, discordou que tirar o público dos estádios seja a solução.

A nova líder do Governo, deputada Socorro Pimentel, do União, defendeu a punição exemplar dos envolvidos e afirmou que as medidas tomadas pelo Governo foram articuladas com as autoridades policiais e o Ministério Público. Ela ainda corrobora o caráter suprapartidário do debate. Já Rodrigo Farias, do PSB, solicitou a instalação de uma Frente Parlamentar para discutir o tema na Casa de Joaquim Nabuco.

João Paulo, do PT, afirmou ter solicitado a realização de uma audiência pública na Alepe para construir, junto com a sociedade, soluções reais e duradouras para o problema. Ele destacou que, em muitos casos, a violência das torcidas é reflexo de um problema social mais profundo, como a falta de oportunidades para jovens e a ausência de políticas públicas voltadas para o esporte e a cultura. “A busca por emoção extrema, o efeito de grupo, que reduz a responsabilidade individual, e a cultura do ódio dentro das torcidas são alguns dos fatores que alimentam esse ciclo de violência.”

A deputada Socorro Pimentel fez o primeiro discurso como líder do Governo na Alepe. A parlamentar afirmou que assume a missão de coordenar a bancada tendo como foco promover mais entregas para o povo pernambucano. Ela disse que pretende ser uma ponte entre os poderes Executivo e Legislativo, em busca do entendimento. Socorro Pimentel ressaltou que, há mais de duas décadas, a Alepe não tinha uma mulher na função. “Estou ciente da representatividade dessa função, não apenas para o Governo, mas para cada pernambucano e pernambucana, porque esse é o nosso propósito enquanto deputada estadual.”

Os deputados João Paulo, Joaquim Lira, do PV, e Débora Almeida, do PSDB, salientaram a atuação combativa e firme, mas conciliadora, de Socorro Pimentel, e desejaram que a parlamentar ajude o Governo a promover melhorias para todos os pernambucanos.

De volta ao parlamento estadual para exercer o segundo mandato, Wanderson Florêncio, do Solidariedade, fez o primeiro pronunciamento após tomar posse do cargo, no início do ano. O deputado assumiu a vaga deixada por Lula Cabral, eleito prefeito do Cabo do Santo Agostinho, na Região Metropolitana. Florêncio reafirmou o compromisso com causas como meio ambiente, sustentabilidade, inclusão social e cultura pernambucana. O parlamentar declarou que vai integrar a base de apoio da governadora Raquel Lyra e agradeceu os votos que recebeu.

“Eles são reflexo da confiança do povo de Pernambuco no meu trabalho e, por isso, vou multiplicá-los com muito labor, com muita dedicação e com muita disposição para lutar por cada pernambucano e pernambucana.”

O deputado Cayo Albino, do PSB, também fez o primeiro discurso na tribuna da Alepe. Ele assumiu a vaga deixada pelo deputado Eriberto Filho, do PSB, que atualmente ocupa o cargo de secretário de Esportes do Recife. Ele fez questão de enaltecer o aniversário de Garanhuns, no Agreste Meridional, celebrado nesta terça. Natural da cidade, o socialista agradeceu os mais de 32 mil votos que recebeu nas eleições. Ele destacou os avanços alcançados pela localidade nos últimos quatro anos, nas áreas de saúde, educação, lazer e assistência social.

“Temos muito a falar e, principalmente, a fazer. Sempre com muita responsabilidade, quero me colocar à disposição dos senhores e senhoras deputados e deputadas. Prometo ser um bom aluno, amigo e solidário nas lutas por um Estado mais próspero e que atenda aos anseios da nossa população. Aqui, faremos política com grandeza.”

Luciano Duque, do Solidariedade, questionou a segurança pública no município de Serra Talhada, no Sertão do Pajeú. Segundo o deputado, a cidade registra altos números de invasões a casas e estabelecimentos, agressões contra mulheres, furtos, latrocínios, além de tráfico e consumo de drogas. Ele fez um apelo à governadora Raquel Lyra por mais policiamento e investimentos no município. “Não podemos deixar que a cidade mergulhe ainda mais no medo. Segurança pública não pode ser apenas um discurso, precisa ser ação concreta, urgente e eficaz. E reforço: a prefeitura precisa assumir seu papel na prevenção!”

Denúncias de violência contra profissionais de saúde motivaram pronunciamento de Gilmar Júnior, do PV. O deputado relatou o caso ocorrido no final do ano passado, em que uma técnica de enfermagem foi agredida em um serviço de emergência do município do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana.O parlamentar fez um apelo para que as prefeituras e o Governo do Estado invistam na segurança de unidades hospitalares e dos profissionais de saúde.

“Você ver uma colega profissional de enfermagem ser agredida, ameaçada, violentada, arranhada, ferida e sangrar, isso é inadmissível. [18:07-18:19] Os profissionais de enfermagem e os profissionais de saúde, eles estão sujeitos a esse tipo de violência todos os dias e todas as horas, e isso tem se tornado uma epidemia.”

Edson Vieira, do União, fez apelo à Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura e ao DER, Departamento de Estradas de Rodagem, para que inclua a rodovia PE-145 no programa estadual PE na Estrada. Segundo o parlamentar, o estado de conservação da rodovia é “deplorável”, e traz grandes prejuízos aos trabalhadores do Polo de Confecções, comerciantes, caminhoneiros e moradores das cidades de Brejo da Madre de Deus e Jataúba, no Agreste Central. “Quero fazer esse apelo veemente, porque está no limite. Vários vídeos, reclamações. A estrada não presta mais, e é o povo reclamando.”

Dani Portela fez ressalvas ao processo de concessão parcial da Compesa. Segundo a parlamentar, o direito fundamental da população pernambucana ao acesso à água potável e ao saneamento básico estão ameaçados. De acordo com ela, as experiências de outros estados mostram que a privatização aumentou as tarifas e piorou a qualidade dos serviços. A deputada pediu mais debate sobre o tema.

A deputada Débora Almeida defendeu o projeto de lei que amplia de um para cinco anos a licença sanitária concedida a pequenos e médios produtores do setor agropecuário. A matéria, de iniciativa dela, foi aprovada pelo Plenário, em Segunda Discussão. Ela afirmou que o tempo reduzido da licença dificultava a realidade de muitos estabelecimentos, que tinham pouco tempo para reunir os documentos necessários a cada ciclo de renovação.

“Este projeto vem atender a um setor importantíssimo no Estado de Pernambuco, na economia do nosso Estado, mas também na economia do nosso País, que é o setor agropecuário, que leva alimentos de qualidade para a mesa de todos os pernambucanos e brasileiros, que vem gerando renda, empregos e alavancando o PIB tanto no Estado de Pernambuco quanto no País.”


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