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Após quase dez anos de impasse, futuro da Reserva Tatu-Bola será debatido em audiências públicas

Solução foi discutida entre o deputado estadual Luciano Duque, agricultores, Semas e CPRH

O deputado estadual Luciano Duque se reuniu, no final da tarde desta terça-feira (11), com a secretária estadual de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha, Ana Luiza Ferreira, e o presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), José Anchieta, para discutir o futuro da Reserva de Vida Silvestre (RVS) Tatu-Bola. O encontro faz parte dos esforços para se buscar uma solução sustentável para a área, que é alvo de um embate entre agricultores, ambientalistas e Governo do Estado há quase dez anos.

Também participaram da reunião a vereadora de Lagoa Grande Edneuza Lafaiete; o presidente da associação dos agricultores da Reserva Tatu-bola, José Adenilson; as lideranças Nilberto Ribeiro, José Nunes e Elismar; e o advogado Édson Barbosa.

A RVS foi criada pelo Estado em 2015, com o objetivo de preservar o bioma da Caatinga e espécies de animais silvestres endêmicos da região, como o tatu-bola. A área abrange 110 mil hectares nos municípios de Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande – este último tem 30% do seu território dentro da reserva.

Dentro do refúgio existem comunidades indígenas e quilombolas, assentamentos, sede de um distrito, unidade do exército, rodovias estaduais, poços e açude. “A criação da unidade de conservação não levou em consideração todas essas peculiaridades. Hoje temos cerca de três mil famílias, majoritariamente agricultores familiares, que ficaram impedidos de desenvolver suas atividades agropecuárias e garantir seu sustento”, explica o deputado. “A reserva só foi criada porque eles (agricultores) ao longo da vida trabalharam e preservaram a terra. Agora, por ser uma RVS, eles não conseguem obter um financiamento e nem receber incentivos. São donos da terra e não podem usar”, completou.

Provocados pelo parlamentar, por moradores, agricultores e lideranças, a Semas e a CPRH iniciaram, ano passado, um estudo na Reserva para avaliar a possibilidade de revogação ou recategorização da área. Os resultados desse trabalho serão apresentados aos moradores da região, em três audiências públicas realizadas, na segunda quinzena de março, em Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande. “Precisamos definir juntos com vocês (agricultores) uma solução que avance no sentido de resolver definitivamente o problema”, disse a secretária Ana Luiza. Ela também destacou que resolver a situação da reserva é uma prioridade para a atual gestão estadual. “A governadora Raquel Lyra tem acompanhado de perto todo o processo para garantir uma resolução célere e equilibrada”.

A agricultura familiar é a principal fonte de renda das famílias na reserva. Mais de 90% dos moradores são agricultores, que possuem os frutos da sua terra como principal fonte de renda. São produtores de feijão, milho, tomate, macaxeira, batata doce, culturas características da agricultura familiar no sertão.

O presidente da CPRH, José Anchieta, reconheceu e agradeceu o apoio da comunidade na realização do estudo, ressaltando a importância da participação popular no processo de definição do futuro da reserva. “As audiências públicas serão fundamentais para apresentar os estudos realizados e ouvir a população sobre os próximos passos para a Reserva Tatu-Bola”.


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