Dois contratos, de R$ 250 milhões cada, foram assinados durante o anúncio de 546,6 bilhões de investimentos públicos e privados para a Missão 1 da NIB
A Nova Indústria Brasil (NIB) destinou, nesta terça-feira (02), recursos que visam alavancar o setor do agro nacional, em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, anunciam R$ 546,6 bilhões de investimentos públicos e privados para a Missão 1 da NIB, que tem o objetivo de desenvolver as cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética.
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou da solenidade que também contou com a presença de representantes do Governo Federal e do setor produtivo. “O tema da Missão 1 da NIB (Nova Indústria Brasil) – Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética – é um pilar essencial para o futuro do nosso país e reflete o compromisso do Brasil com uma transformação que une inovação tecnológica, responsabilidade social e cuidado com o meio ambiente”, ressaltou a ministra.
Dos R$ 546,6 bilhões, R$ 250,2 bilhões são de recursos públicos em linhas de crédito, sendo que R$ 198,1 bilhões foram alocados em 2023 e 2024. E R$ 52,18 bilhões estão disponíveis para 2024 a 2026. Já o setor privado prevê investimentos de R$ 296,3 bilhões até 2029. “Isso se traduz em emprego, renda e sustentabilidade”, enfatizou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin.
A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) também assinou dois contratos, de R$ 250 milhões cada, para o desenvolvimento de produtos inovadores para o setor agropecuário. Um com a empresa Ouro Fino Saúde Animal, para o desenvolvimento da única vacina no mundo contra doença de Glässer em dose única e o outro, com a Lar Cooperativa Agroindustrial Financiamento, para desenvolver soluções ligadas a Alimentos e Suprimentos para aves.
“Essa parceria busca a automação de processos e uso de novas tecnologias da Indústria 4.0, visando a aumento de produtividade, redução de custos de produção, segurança alimentar, dentre outros”, detalhou a ministra Luciana Santos.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, destacou o convênio com a FINEP para a inovar a indústria de produção de máquinas menores para a agricultura familiar. “Para adaptar à mulheres, adaptar os jovens e máquinas adaptadas à pequena propriedade”, disse. Teixeira também citou à portaria ministerial entre o MDA, MCTI e MDIC que dá posse para o Conselho do Mais Alimentos.
O ato também marcou a inclusão do Banco do Brasil ao Plano Mais Produção (P+P) como novo braço de financiamento da NIB, conferindo, sobretudo, maior coordenação das ações alinhadas à nova política industrial. As linhas de crédito do BB destinadas à NIB somam R$ 101 bilhões, o que elevou os recursos do P+P para R$ 507 bilhões. Além do BB, o Plano Mais Produção disponibiliza recursos por meio do BNDES (R$ 259 bi), Caixa (R$ 63 bi), Finep (R$ 51,6 bi), Banco do Nordeste (R$ 16,7 bi), Banco da Amazônia (R$ 14,4 bilhões) e Embrapii (R$ 1 bi).
MCTI na Missão I da NIB
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação tem destinado investimentos para o tema da Missão I da NIB por meio da Finep e da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Digital. Em 2023, com recursos operados pela Finep, a pasta apoiou 103 projetos de Inovação relacionados ao tema, resultando em um investimento de R$ 810 milhões em recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Ao somar valores de contrapartida, os recursos ultrapassam a casa de R$ 1 bilhão de investimentos, em suporte ao desenvolvimento do agro. Já no balanço dos 10 primeiros meses de 2024, foram contratados 218 projetos de inovação, um investimento total de R$ 3,9 bilhões, sendo quase R$3,3 bilhões do FNDCT e o restante de contrapartida das empresas. A estimativa é que os contratos com o setor do agro passarão dos R$4 bilhões de reais, considerando recursos reembolsáveis (crédito), não reembolsáveis e de subvenção econômica. E, em dois anos, o MCTI terá investido R$ 5 bilhões no tema.
“Estamos falando não apenas de ampliar o valor agregado da produção agrícola, mas de garantir a sustentabilidade e a resiliência de nossas cadeias agroindustriais, diminuir a penosidade do trabalho no campo e gerar empregos mais qualificados”, completou a ministra Luciana Santos.