O dia foi inteiro de cinema na última quarta-feira (12) do 15º Festival de Cinema de Triunfo. As atividades no Theatro Cinema Guarany começaram mais cedo, ainda pelo começo da tarde, mas seguiram noite adentro, com mais filmes pernambucanos e nacionais convergindo e dialogando no Sertão do Pajeú. Mais uma noite na qual a diversidade de vozes, corpos, formatos e imagens do cinema feito no Brasil se mostrou presente na tela da centenária e uma das mais charmosas salas de cinema do país.
Desta vez as atividades começaram mais cedo, às 14h, com a mostra especial Sessão Questões de Gênero, que apresentou a série documental de mesmo nome, dirigida por Marlom Meirelles. Com um olhar sensível, diverso e multifacetado sobre o universo LGBTQIA+ no estado de Pernambuco, a Mostra provocou reflexões sobre gênero e você é nosso convidado para participar dessa exibição pernambucana e sertaneja.
“Uma alegria poder estar aqui, nesse festival que tanto amo e frequento há anos. Dessa vez, trouxe uma produção feita com incentivo do Funcultura, inédita e trouxemos o primeiro episódio, que foi gravado aqui, no Theatro Cinema Guarany, então não poderia ter lugar melhor para essa estreia. São pessoas do Sertão do Pajeú debatendo gênero, é uma alegria ver pessoas LGBTQIAPN+ ocupando esse espaço”, declarou Marlom Meirelles.
No começo da noite, foram retomadas as mostras competitivas de curtas/médias e longas, a partir das 18h. Foi uma noite permeada por filmes que se debruçaram sobre questões de trabalho, como Solange Não Veio Hoje (Hilda Lopes Pontes e Klaus Hastenreiter, BA) e Samuel foi Trabalhar (Janderson Felipe e Lucas Litrento, AL), além de um mergulho pela vida de mulheres pernambucanas fortes na cultura popular, como em Mulher Maracatu (Carlota Pereira e Dani Cano, PE) e Flor de Coco (Vinícius Tavares, PE).
Ainda foram apresentados os documentários Moagem (Odília Nunes, PE) sobre a produção de rapadura no Sertão do Pajeú e O Bombeiro (Mozart Albuquerque, PE). O longa da noite foi Citrotoxic (Julia Zaka, SP), contando a história de Bianca e sua filha Serena, que decidem passar uma semana na zona rural longe do centro urbano e enfrentam algumas tensões com o uso de veneno em uma fazendo vizinha.
“É um filme que construímos de uma forma muito colaborativa, com uma equipe muito pequena. Julia dirige e faz a fotografia, eu atuo e contribuo no roteiro, trabalhamos muito nesse fluxo de processo criativo. É incrível poder trazer esse filme para cá e ver o diálogo com outras produções, a questão da terra, o protagonismo das mulheres”, declarou a atriz Bianca Joy, protagonista de Citrotoxic.
A programação seguiu nesta quinta (12) com a mostra infanto-juvenil, realizada pelo Cine Sesc, além da estreia da Amostra Praça, que reunirá exibições de curtas e shows no Som na Rural, localizado na Praça do Avião.