A corrida pela presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE) ganhou um novo capítulo na terça-feira (5). Ingrid Zanella, candidata pela chapa “Renovação Experiente” e representante do grupo que está no poder há quase 20 anos, enfrenta uma nova e grave denúncia. Após já ter sido condenada pela Comissão Eleitoral da OAB por ataques pessoais contra seu principal oponente, Almir Reis, Zanella foi novamente denunciada à Comissão Eleitoral, dessa vez por abuso de poder econômico e compra de votos, de acordo com representação de número 17.0000.2024.025499-3.
Sobre a denúncia de comprar votos, consta dos autos provas de que Ingrid estaria pagando influenciadores para cooptar advogados em favor de sua candidatura.
Prints de conversas juntadas aos autos mostram ainda a influenciadora Katy Gangana enviando mensagens para advogadas mulheres oferecendo pagamento em troca de apoio e participação nos eventos da atual vice-presidente da OAB-PE.
“Você que é advogada (o), sabe que em breve vamos ter a eleição para presidência da OAB-PE, que acontece no dia 18 de novembro. E nós estamos montando um time de advogados para apoiar a candidatura de Ingrid e Schamky, e eleger a primeira presidente mulher da história da OAB. Vamos juntos?”, diz a influenciadora em um dos trechos da mensagem.
Em outra parte, Gangana pede um orçamento para as advogadas produzirem conteúdo favorável à candidata Ingrid Zanella. “Se topar participar, me informa o seu orçamento para realizar o seguinte escopo: dois reels + storys + 3 visitas ao comitê que fica em Boa Viagem”, mostra a mensagem.
É importante destacar que a compra de votos é crime eleitoral. Para advogados ouvidos pela reportagem na condição de anonimato, as denúncias são gravíssimas e devem culminar com a inelegibilidade de Ingrid Zanella. Também nesta semana, Zanella havia sido denunciada na Comissão Eleitoral da OAB-PE por disseminação de discurso de ódio e propagação de fake news em representação de 17.0000.2024.025247-1. Se vier a ser condenada por qualquer uma dessas representações, Zanella coloca em xeque a sua elegibilidade, tendo em visto os graves fatos que levaram à primeira condenação.