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Petrolina recebe filme-documentário “Mestre Biu, Estrela de Ouro” nesta quarta-feira (28)

Depois de estrear em Condado no último sábado (24), o filme-documentário “Mestre Biu, Estrela de Ouro”, que conta a história de um dos maiores incentivadores da arte do Cavalo Marinho no Estado, chega à Petrolina. A exibição será nesta quarta-feira (28), às 19h, no Cineteatro Massangano, com ingressos gratuitos e que serão distribuídos para o público uma hora antes do início da sessão. Também haverá, ao final da exibição, bate-papo com o diretor argentino Gualberto Ferrari. O filme percorrerá sete cidades pernambucanas em homenagem aos dois anos de falecimento de Mestre Biu, fundador do Cavalo-Marinho Estrela de Ouro, que é patrimônio vivo de Pernambuco.

Depois de passar por Condado e Petrolina, será a vez de Garanhuns receber o filme no dia 30/08 e depois Caruaru no dia 01/09. A parada seguinte será Nazaré da Mata, com exibição no dia 04/09, depois em Vitória de Santo Antão em 05/09, até chegar à capital pernambucana para uma grande exibição no Teatro Luiz Mendonça, no Parque Dona Lindu, no dia 12/09, às 19h.

O filme conta a história de uma família pobre, que luta para sobreviver por meio da arte, mostrando seus conflitos internos (às vezes dramáticos) e que graças ao amor pela cultura popular, aprendida desde o berço, consegue se manter unida. Mesmo tendo à frente uma difícil realidade social, o filme transmite a mensagem universal de como a Cultura Popular salva famílias da destruição e da implosão social.

“Mestre Biu, Estrela de Ouro”, expõe a beleza do Cavalo Marinho, mas não se limita a captar apenas a brincadeira, mesmo com o registro de algumas belas apresentações. Sobretudo, o filme se caracteriza por ser dramático e narrativo, abordando a realidade histórico-social, com personagens característicos da família tradicional e com paisagens intensas da terra pernambucana, principalmente da região da Mata Norte. O filme ainda conta a histórias dos engenhos de cana de açúcar onde o Cavalo Marinho nasceu, graças aos escravos e trabalhadores da cana, sob a ótica e vida de uma família num road movie visual, poético e profundamente pernambucano.

O filme retrata também a problemática da mulher na sociedade e na família tradicional em relação à participação criativa dentro da cultura popular. E esse conflito é levado ao Mestre Biu que, além de líder do grupo, também é avô e a autoridade patriarcal da família. Em uma sequência emocionante, suas filhas se questionam sobre esse universo machista dominado por homens, levando o espectador a refletir sobre o tema.

Por fim, outro aspecto importante é a transmissão da arte e da cultura dentro da própria família, de uma geração para outra. E, talvez, seja esse o segredo que faz com que o Cavalo Marinho Estrela de Ouro continue encantando e mantendo viva uma forte tradição da nossa cultura popular.

GUALBERTO FERRARI

Gualberto Ferrari é argentino e vive entre Paris e Valência. Ele possui uma relação de longa data com Pernambuco. Em 2006, descobre essa “manifestação popular única na América”, segundo suas próprias palavras, e decide que a história do Cavalo Marinho Estrela de Ouro, da família envolvida no grupo e do Mestre Biu Alexandre merecia um filme de longa-metragem, devido sua riqueza e tradição que perdura de geração em geração. E foi assim que nasceu o filme-documentário “Mestre Biu, Estrela de Ouro”.

MESTRE BIU ALEXANDRE E CAVALO MARINHO ESTRELA DE OURO

O Mestre Biu Alexandre foi uma figura de extrema importância para o Cavalo Marinho, sendo reconhecido como um dos grandes Mestres dessa manifestação cultural. Sua contribuição foi fundamental para a preservação e divulgação do Cavalo Marinho em Pernambuco e para além das fronteiras do Estado.

Biu Alexandre aprendeu a brincadeira de Cavalo Marinho ainda na infância, aos 12 anos, junto com o pai e em 1979, fundou o grupo Cavalo Marinho Estrela de Ouro, liderando seu próprio grupo de brincantes e contribuindo ativamente para a transmissão dos conhecimentos e tradições dessa manifestação.

Mestre Biu Alexandre faleceu em julho de 2022 e seu legado é significativo, tendo seu trabalho reconhecido como uma contribuição importante para a preservação e a valorização do Cavalo Marinho. Sua memória continua viva e sua influência perdura nos grupos de brincantes e nas atuais e futuras gerações.

Após o falecimento do Mestre Biu, os filhos e netos assumiram a liderança do Cavalo Marinho Estrela de Ouro, que em 2024 completou 45 anos de existência e desde 2018 é Patrimônio Vivo de Pernambuco. Desta forma, se mantém viva a tradição desta importante manifestação cultural, a partir da arte e ensinamentos deixados por Mestre Biu.


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