A Prefeitura do Recife anunciou, nesta terça-feira (04), um importante avanço na requalificação da área do Cais José Estelita. Após uma longa negociação envolvendo diversos órgãos do Governo Federal, a gestão municipal conseguiu incorporar uma área de 50 mil m² (cinco hectares) de um antigo pátio ferroviário inativado ao projeto do parque linear que está previsto para ficar localizado na bacia do Pina. Com isso, a área pública vai dobrar de tamanho e a primeira etapa das obras do parque devem ser iniciadas em aproximadamente 60 dias.
O prefeito João Campos esteve em Brasília ao lado do ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, e falou sobre a conquista. “Assinamos hoje esse acordo que será homologado pela Justiça e que vai duplicar a área pública do Cais José Estelita. Essa área vai incluir também a preservação da memória ferroviária em um investimento de R$ 20 milhões, com o seu espaço ficando disponível para todas as pessoas da cidade. Quero agradecer a todos os envolvidos nesse processo, com destaque especial para o ministro Jorge Messias”, enfatizou. Além da AGU, Prefeitura do Recife e Novo Recife, participaram da pactuação a ANTT, TNL, DNIT, IPHAN, SPU e MPF.
“A AGU, nesse acordo, confirma a sua vocação pacificadora, conciliadora. Fomos desafiados pelo prefeito para entregar uma solução jurídica, sustentável, que encontrasse valor principalmente para a população do Recife. E agora essa população vai desfrutar de uma área pública muito maior, com equipamentos de lazer e culturais, com preservação do meio ambiente”, ressaltou Jorge Messias.
Outras ações mitigadoras de relevância também foram pactuadas, a exemplo da derrubada do muro que separava o pátio ferroviário da Avenida Sul, viabilizando a criação de uma alameda que ligará a Avenida Dantas Barreto à avenida do Cais José Estelita e à bacia do Pina, facilitando o acesso à via que desemboca na ponte Joaquim Cardoso.
“O projeto integra o sistema viário de planejamento para a Avenida Sul, a Rua Imperial e o complexo adjacente. A expectativa é que essa nova configuração traga uma transformação significativa para a região, ampliando o acesso a novos equipamentos públicos e inaugurando uma nova vocação para o local”, afirmou o procurador-geral da Prefeitura do Recife, Pedro Pontes, citando também entre as medidas adicionais mitigadoras a restauração de cerca de 10 armazéns que são considerados patrimônios históricos.
O custo de toda a ampliação será arcado pelo empreendedor privado, totalizando mais de R$ 120 milhões em ações mitigadoras, mas caberá à gestão da Prefeitura do Recife definir como os parques públicos serão integrados, entre tantas outras decisões sobre as contrapartidas do Novo Recife. Considerando todas as ações mitigadoras, 65% da área contemplada será projeto de área pública e 35% será composta por empreendimentos imobiliários.