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Desenvolve PE entrevista diretora técnica do Sebrae Pernambuco, Maria Josiana Ferreira

Nesta semana, o Projeto Desenvolve PE entrevistou a diretora técnica do Sebrae Pernambuco, Maria Josiana Ferreira Rocha. A conversa tratou de temas como: principais cadeias produtivas que impactam no desenvolvimento do Estado; uso ferramentas de inovação e tecnologia nas micro e pequenas empresas e a implementação de ações focadas no fortalecimento das economias locais.

Formada em administração de empresas pela UFPE, Maria Josiana é especialista em gestão industrial. Diretora Técnica para o quadriênio 2023-2026, atua há 11 anos como analista do Sebrae/PE. Ao longo desse período, acumulou experiência passando por diversas áreas nas unidades do Sertão do Araripe, Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife. Entre 2021 e 2022, ela esteve à frente da gerência da unidade do Sebrae no Sertão do São Francisco, em Petrolina, terceira maior cidade do Estado.

Desenvolve PE – Quais são as principais cadeias produtivas em que o Sebrae atua para potencializar o desenvolvimento do Estado?

MJ – Pernambuco é um estado muito rico em vocações e cada região tem seus segmentos tradicionais e emergentes. Quando falamos, por exemplo, da Região Metropolitana do Recife, há vocações nas áreas de tecnologia, comércio, serviços, indústria de transformação e logística. Na Zona Da Mata, o grande destaque é o turismo, mas também temos o agronegócio, logística… No Agreste, temos a indústria têxtil, porém o artesanato também é muito forte, juntamente com gastronomia e turismo. No Agreste Meridional, a grande vocação é a bovinocultura, pois lá se encontra a maior bacia leiteira do Estado. No Sertão do São Francisco, a fruticultura irrigada vem destacando Pernambuco no cenário das exportações. Na região destacam-se ainda a gastronomia, turismo, artesanato, caprinocultura e a ovinocultura. Já o Sertão do Araripe é o grande produtor de gesso do país, respondendo por 95% de toda produção nacional. Mas lá também se destacam a apicultura, a bovinocultura de leite, a caprinocultura… Enfim, todos esses são grandes segmentos do Estado, tradicionais e emergentes, em que o SebraE/PE atua.

Desenvolve PE – Considerando o cenário de inovação e tecnologia, como as micro e pequenas empresas estão sendo preparadas para serem mais competitivas?

MJ – O Sebrae tem uma grande atuação focado em levar inovação, competitividade e produtividade para as micro e pequenas empresas. Citamos como exemplo o ALI (Agentes Locais de Inovação). Esse é um programa de mais de 15 anos que atua no país inteiro. São profissionais que visitam as micro pequenas empresas, realizam diagnósticos, elaboram planos de ação e monitoram essas empresas por cerca de seis meses, indicando a implementação de ações focadas em inovação, aumento de competitividade e implementação de tecnologias. Temos resultados fantásticos através da atuação desses agentes. Hoje em Pernambuco mais de 80 agentes estão em campo atuando, inclusive no meio rural.

Outra grande frente em que o Sebrae atua para levar a inovação às pequenas empresas é o Sebraetec: um conjunto de soluções e ações de inovação e tecnologia que subsidia até 70% dos custos com desenvolvimento dessas soluções. O Sebraetec auxilia desde a criação de logomarca; elaboração de sites e registro de marcas até o melhoramento genético da caprinocultura e bovinocultura leiteira. Então, a gente tem uma gama enorme de serviços de tecnologia e inovação sendo proporcionados através desse grande programa.

Por fim, o Sebrae tem também grande atuação focada na formação, fomento e apoio aos novos negócios inovadores, que são as startups. Inclusive aproximando esses negócios inovadores dos negócios mais tradicionais, conseguindo, assim, melhores resultados para todos.

Desenvolve PE – Qual a visão estratégica do Sebrae e quais investimentos estão sendo feitos para fomentar a economia local?

MJ – Um dos grandes direcionamentos do nosso planejamento estratégico, que batizamos de GPS (Guia de Propostas do Sebrae/PE), é o nosso posicionamento no território. Temos hoje sete escritórios regionais totalmente pautados em conhecer profundamente as necessidades, potencialidades e oportunidades locais para que consigamos fortalecer a economia. Vale ressaltar a importância de estarmos atentos às transformações tecnológicas e digitais com foco no crescimento e na competitividade desses pequenos negócios.

Além dos escritórios, contamos também com mais de 130 Salas do Empreendedor, espalhadas pelo Estado inteiro, com atuação focada no atendimento de micro e pequenos empreendedores. Para alcançar esses propósitos nós contamos com parceiros estratégicos nos municípios. Esses resultados só são possíveis através da cooperação, como no caso do Projeto Desenvolve PE, desenvolvido em parceria com a Amupe. É muito importante valorizarmos essas grandes parcerias, pois elas aumentam a nossa capilaridade e apoiam nas ações de desenvolvimento dos municípios.

Desenvolve PE – Como as micro e pequenas empresas têm contribuído para a geração de empregos e renda para o desenvolvimento econômico dos municípios de menor porte do Estado?

MJ – Os pequenos negócios são os principais geradores de emprego no Brasil e em Pernambuco não é diferente. 52% dos empregos formais são gerados atualmente no Estado por micro e pequenas empresas. Elas têm participação de 32% no nosso PIB.

Uma característica forte dessas empresas é que muitas vezes elas têm uma estrutura mais ágil e flexível, o que lhes permitem expandir contratando mão de obra local. Ao criar esses postos, elas ajudam a aumentar a renda das famílias e a diminuir a taxa de desemprego no Estado. Outro grande ponto forte das micro e pequenas empresas é o estímulo à economia local. Os pequenos negócios geralmente operam nas comunidades, contribuindo diretamente para o desenvolvimento econômico dessas áreas. Eles compram de fornecedores locais, contratam mão de obra local e reinvestem seus lucros na própria comunidade. Isso ajuda a fortalecer economia e estimula o crescimento de outros negócios e serviços no mesmo território.

Falando de inovação, eles têm flexibilidade e podem experimentar novas ideias e abordagens, o que pode resultar em novos produtos, serviços e modelos de negócios. Essa inovação e diversificação são essenciais para manter a economia dinâmica e mais competitiva. Os pequenos negócios contribuem também para o desenvolvimento do Estado no que se refere à formação de novos empreendedores.

Por fim, outra contribuição muito importante das micro e pequenas empresas para o desenvolvimento do nosso Estado é a redução das desigualdades sociais. Ao criar empregos e oportunidades nas comunidades locais, os pequenos negócios contribuem para a redução das desigualdades, oferecem oportunidades de trabalho e de crescimento econômico para grupos que são historicamente marginalizados como mulheres, jovens e minorias étnicas. Então, são muitas as contribuições das micro e pequenas empresas no que se refere à geração de emprego e renda e para o desenvolvimento do nosso Estado de Pernambuco.

Foto: Desenvolve PE/divulgção


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