Doença infecciosa de evolução crônica e que pode acometer vários órgãos, sendo o sistema respiratório o mais afetado deles, a tuberculose ainda representa um forte impacto na saúde pública mundial. No último dia 24 de março foi celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, data instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no início da década de 1980 para promoção da saúde das populações nos países. Em alusão a data, nesta terça-feira (26/03), a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) realizou o 2° Curso de atualização em Vigilância, Prevenção e Controle da Tuberculose, voltado para profissionais de saúde que atuam nas equipes de Atenção Primária Prisional (eAPP) e gestores dos municípios da I Regional de Saúde.
A atualização discutiu os seguintes temas: “Aspectos gerais e manejo clínico da tuberculose”, ministrados pelas médicas infectologistas Carolina Guerra e Mariana Bezerra, e “Epidemiologia e vigilância da tuberculose”, explanado pela enfermeira sanitarista Raissa Oliveira. A abertura foi realizada pelos diretores gerais de Assistência Prisional, Bruno Ishigami, e de Vigilância Epidemiológica, Lucas Caheté.
“Temos a responsabilidade de oferecer um atendimento de qualidade”, afirma o diretor geral de vigilância epidemiológica, Lucas Caheté, sobre uma boa condução do paciente na unidade. “A tuberculose é uma doença muito associada às condições econômicas. Este momento serviu como princípio de melhoria, partindo dos profissionais aos pacientes que precisam ter acesso à assistência de qualidade”, destaca o diretor.
O diretor geral de Assistência à Saúde Prisional, Bruno Ishigami, evidencia a importância do profissional de saúde estar preparado para os casos da doença. “A gente compreende a necessidade de atualizar o profissional de saúde sobre o manejo clínico e formas de diagnóstico da doença de forma continuada. Também buscamos reduzir os indicadores de tuberculose no Estado para além da população prisional”.
Sobre a doença – A SES-PE reforça a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. A principal forma de transmissão da doença acontece através da tosse ou fala de um indivíduo com a doença pulmonar e com a eliminação de partículas. A pneumologista do Hospital Otávio de Freitas (HOF), Maruza Freitas, destaca que atitudes simples podem ajudar na proteção. “Entre as medidas que possuem eficácia está o uso de máscaras faciais ao se aproximar de pessoas doentes, manter ambientes arejados com exposição ao calor e controlar doenças crônicas. E, em caso de tosse persistente por três semanas, procurar atendimento médico”. A especialista ainda reforça que a doença não é transmitida no momento do compartilhamento de copos, talheres, lençóis ou toalhas.
Entre os perfis de pacientes mais suscetíveis à tuberculose estão as pessoas vivendo com HIV, etilistas, desnutridos e portadores de doenças crônicas, como diabetes e renais crônicos, entre outras, pessoas em situação de rua e em sistema de privação de liberdade, além de crianças contactantes de adultos com a doença.
“Para a tuberculose existe cura e é extremamente importante que o tratamento seja realizado adequadamente, com o uso dos medicamentos ofertados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A maioria dos casos da doença podem ser diagnosticados e tratados no âmbito da Atenção Primária, nas Unidades Básicas de Saúde. O diagnóstico é feito principalmente através do exame do escarro, análise do histórico clínico e radiografia de tórax na forma pulmonar. Com o acometimento de outros órgãos pode ser necessária realização de biópsia”, frisa a pneumologista.