Pesquisadores interessados em realizar experimentos no Sirius, a fonte de luz síncrotron brasileira, projetada e operada pelo Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização supervisionada pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), tem até o dia 06 de setembro para submeter seus projetos.
Os experimentos das propostas selecionadas nesta chamada serão realizados ao longo do primeiro semestre de 2024. A novidade desta chamada é que além das seis estações que já estão em operação, será a primeira vez que novas quatros linhas estarão disponíveis para receber pesquisas.
“Qualquer pesquisador do Brasil ou do mundo pode participar da chamada. O projeto será julgado por comitês externos, para evitar qualquer conflito de interesse, e se ele for bem ranqueado o pesquisador poderá utilizar uma das linhas de luz”, disse o diretor geral CNPEM, Antônio José Roque da Silva.
Processo de avaliação – A avaliação é feita com duplo anonimato. Assim como nas chamadas anteriores, as propostas de pesquisa serão analisadas por meio de um sistema de avaliação distribuída com duplo anonimato, onde todos os proponentes da chamada são também potenciais revisores para a mesma chamada, dentro das suas áreas de atuação. Pelo menos cinco revisores avaliam cada proposta.
“Os pesquisadores avaliam quais propostas serão aceitas e vice-versa. A pessoa que submeteu também vai avaliar a de outra pessoa que está submetendo. Mas de forma anônima. Ninguém sabe quem é quem. Por isso é de duplo anonimato. É uma forma bem honesta de você garantir acesso a essa infraestrutura”, enfatizou Nathaly Archilha, pesquisadora líder da Linha de Luz Mogno do Sirius.
Novas linhas de luz – A linha de luz Mogno é uma das quatro linhas que entram pela primeira vez na chamada para os pesquisadores. Este é uma linha de micro e nano tomografia de Raio-X. “O principal objetivo dela é fazer imagens tridimensionais de diferentes tipos de amostra”, disse Nathaly Archilha, pesquisadora responsável por esta fonte de luz.
“Esta é uma linha que consegue receber diversos tipos de amostras. A gente não é especializada em uma ou outra amostra. A minha pesquisa, por exemplo, está relacionada ao estudo de reservatórios de rochas que podem ter no seu interior tanto óleo quanto água”, explicou a pesquisadora. As linhas Cedro, Sabiá e Paineira completam as novas estações para esta chamada.
Além de não ter custos para uso acadêmico, pesquisadores de instituições brasileiras e estrangeiras que residam em países da América Latina e Caribe, com propostas aprovadas, podem solicitar auxílio financeiro para a utilização das instalações do Sirius e viagem a Campinas-SP, onde fica o campus do CNPEM.
“Quando o pesquisador recebe a aprovação da proposta, o CNPEM dá apoio e treinamento para usar a linha de luz, para fazer o experimento por alguns dias, e também dá apoio para o pós-processamento”, disse Nathaly.
Para saber mais sobre o envio de propostas e sobre as fontes de luz Síncrotron acesse: https://cnpem.br/