O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) divulgou, nesta terça-feira (21), o balanço parcial da Operação Átria, que visa o combate à violência contra a mulher. Coordenada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e articulada com as secretarias estaduais de segurança, a Operação Átria é realizada pelas Polícias Civis dos 26 estados e do Distrito Federal e, em algumas federações, conjuntamente com as Polícias Militares. Em coletiva de imprensa, o Secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, divulgou o primeiro balanço da operação, que dura até o fim de março.
“Os indicadores nos obrigam a ter, na política pública de segurança do país, uma centralidade no enfrentamento da violência contra a mulher e nós vamos investir cada vez mais nestas operações integradas.”, comentou Tadeu
Ao todo, ocorreram diligências em 2.911 cidades – o que representa mais da metade do território brasileiro. “Esta operação está alcançando cada vez mais municípios distantes das capitais, e a nossa tendência é, cada vez mais, buscar a vítima que esteja em qualquer lugar”, ressaltou a coordenadora da operação, delegada Fernanda Antonucci.
Para possibilitar ações em cidades sem equipe própria, o MJSP investiu mais de R$ 1 milhão no pagamento de diárias a policiais, através da Secretaria Nacional de Segurança Pública. “Existem agressores foragidos em outros municípios, ou visitas às vítimas, então essa concentração de esforços tornou essas ações mais efetivas”, completou.
Atuação da operação
Deflagrada em 27 de fevereiro, a Operação executou, até o momento, 4.587 prisões – 66% delas em flagrante. O número de vítimas atendidas chegou a 45.216, e o de medidas protetivas solicitadas, a 21.632. Também foram instaurados quase 23 mil inquéritos e concluídos quase 19 mil. Os principais crimes apurados no âmbito da operação são feminicídio (tentado ou consumado), lesão corporal, descumprimento de medida protetiva, injúria, ameaça, difamação, estupro, sequestro e cárcere privado e perseguição (stalking).
Além da esfera punitiva, a atuação da Átria acontece em outras duas frentes: de inteligência, para a vinculação de ocorrências e comunicação entre os estados a respeito de alvos de mandado de prisão, e educativa, com palestras e cursos que visam a prevenção a novos crimes.
Confira os números da Operação Átria no período de 27/02 a 21/03:
Vítimas atendidas – 45.216
Diligências policiais – 27.365
Denúncias apuradas – 8.051
Medidas protetivas de urgência solicitadas – 21.632
Presos – 4.578
Armas de fogo apreendidas – 300
Armas brancas apreendidas – 350
Munições apreendidas – 6.501
Inquéritos policiais instaurados – 22.947
Inquéritos policiais concluídos – 18.930
Municípios participantes – 2.911
Operação Átria
Átria é o nome da principal estrela da constelação denominada “Triângulo Austral” do hemisfério estelar sul. Tem coloração alaranjada e consta na bandeira do Brasil. Em alusão à posição de destaque da estrela, o nome dado a operação ilustra a ideia de reposicionar mulheres agredidas, retirando-as da condição de vítima.
Canais de denúncia
O Disque 180 é um serviço gratuito e disponível 24 horas por dia para atendimento a denúncias de violência contra a mulher. Os números 197 (Polícia Civil) e 190 (Polícia Militar) também são disponibilizados às vítimas.
Fotos: Tom Costa/Ministério da Justiça e Segurança Pública