Por José Patriota, Deputado Estadual
Março chega ao fim e nos remete a um grande começo. A um nascedouro, a uma porta de entrada, a um berço de história, cultura, religiosidade e natureza. 31 de março é dia de saudar os 59 anos de emancipação política da acolhedora Brejinho, um dos agradáveis aconchegos do nosso sertão.
Como fonte do nosso Rio Pajeú, é natural manter-se jovem. E emprestar vigor a vizinhos, a visitantes e aos distantes que, de alguma forma, recebem toda energia emanada deste recanto. É lá que nasce o Rio Feiticeiro, pelas origens e encantos que produz. O Rio Teimoso, pela persistência de a tudo enfrentar e superar, literalmente, correndo contra o mar. O Rio que não para, porque mesmo quando sem água inunda as margens com inspiração. É lá que chora o olho d’água que faz o mundo chorar, sorrir e sonhar com a poesia do Pajeú.
A própria formação do município demonstra sua vocação conciliatória. A sede surgiu da união de moradores que doaram partes de suas propriedades para o início da povoação. Vieram a capela, a feira, o arruado, o distrito e a cidade que hoje nos envaidece.
Era o início do século XIX, quando ainda chamavam o lugar de Tamboril. Logo ficara mais conhecido como Brejo de Zé Nunes e aí, em 1928, mais precisamente no dia 6 de fevereiro, realizava-se a primeira missa, celebrada, em latim, pelo Padre João Leite Gonçalves de Andrade.
No mesmo ano deu-se início à construção da capela. Em janeiro de 1932 tinha-se a mesma por concluída e a realização da primeira Festa do Padroeiro São Sebastião. Conte-se e já se vão 91 anos ininterruptos da maior festa do lugar.
Com tudo dando muito certo, muito organizado; com o acolhimento e os bons modos das famílias locais, logo veio o batismo perpétuo. Um diminutivo que agiganta o batizado, como que dado por uma mãe, cheia de amor: Brejinho. Antes território de São José do Egito, ora distrito de Itapetim.
A data era 10 de abril de 1962. E em menos de dois anos, outro salto. Em 20 de dezembro de 1963, por ato do então governador Miguel Arraes de Alencar, nascia o Município de Brejinho. Pelos trâmites legais e decisões locais, a instalação definitivamente deu-se em 31 de março de 1964.
No ritmo inerente ao sertão, Brejinho cresce com as próprias forças. Empreendeu no campo com o agave, a cana-de-açúcar, o algodão e a cajucultura. Esta ainda expressiva, ao lado da apicultura e da produção de leite e derivados. No centro urbano, com o comércio e os serviços público e privado em constante expansão.
Junto a tudo, as inspiradoras expressões do turismo e da cultura. A nascente do Rio Pajeú, sítios arqueológicos, esculturas naturais, pontos históricos e o Santuário João Paulo II são origens e destinos. A literatura, a música e o artesanato são identidades e referências.
E aí permitam-me saudar a todos e todas brejinhenses em nome de duas grandes expressões: o grupo Mulheres Art’s Barro e o poeta Aprígio Jerônimo. Sem dúvidas, nomes que representam e exportam muito bem o nome desta terra.
Por fim, agradecer. Agradecer pelo papel tão importante que Brejinho oferta ao nosso Pajeú. É o nascedouro de nossas águas e alegrias e a porta de entrada para quem vem do Norte. Porta, inclusive, por onde adentrou a poesia em nossa região.
Parabéns, Brejinho. E obrigado.