Por Clara Velasco, Felipe Grandin, Marina Pinhoni e Victor Farias, g1
O Brasil teve um aumento de 5% nos casos de feminicídio em 2022 em comparação com 2021, aponta levantamento feito pelo g1 com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito federal. São 1,4 mil mulheres mortas apenas pelo fato de serem mulheres – uma a cada 6 horas, em média. Este número é o maior registrado no país desde que a lei de feminicídio entrou em vigor, em 2015.
A alta acontece na contramão do número de assassinatos, que foi o menor da série histórica do Monitor da Violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Com 40,8 mil casos, o país teve 1% menos mortes em 2022 que em 2021.
Se forem consideradas apenas as mortes de mulheres, o que inclui também os casos que são classificados como feminicídios, o número cresceu 3% de um ano para o outro – para 3.930.
ANÁLISE DO FBSP: Números de uma tragédia anunciada: 10 mulheres assassinadas todos os dias no Brasil
ANÁLISE DO NEV-USP: Aumento dos feminicídios no Brasil mostra que mulheres ainda não conquistaram o direito à vida
METODOLOGIA: Monitor da Violência
Esta reportagem revela que:
- o Brasil teve 3,9 mil homicídios dolosos de mulheres em 2022 (aumento de 2,6% em relação ao ano anterior)
- foram 1,4 mil feminicídios, o maior número já registrado desde que a lei entrou em vigor, em 2015
- 12 estados registraram alta no número de homicídios de mulheres 14 estados tiveram mais vítimas de feminicídio de um ano para o outro
- Mato Grosso do Sul e Rondônia são os estados com o maior índice de homicídios de mulheres
- MS e RO também têm as maiores taxas de feminicídios do país