Home » Crônicas de Ademar Rafael » Crônica de Ademar Rafael

Crônica de Ademar Rafael

 

BARRADOS NO BAILE

Novamente estamos assistindo a um filme repetido que narra a saga de cantores regionais que foram excluídos das grades de programação dos grandes eventos alusivos aos festejos juninos. Os eventos de Campina Grande e Caruaru, para não alongar muito o papo, deixaram fora dos palcos principais nome consagrados.

Toda vez que passa este filme lembro que, pelo menos em uma oportunidade, este “descaso” nos trouxe um benefício. A extraordinária música “Tareco e mariola”, de Petrúcio Amorim, nasceu após um atendimento dado ao artista por parte de organizadores da festa em Caruaru. Isto contudo não pode servir de compensação, é necessário que os cantores regionais sejam contemplados.

Diante da impossibilidade de ser formada uma organização no estilo das Ligas das Escolas de Samba do Rio e de São Paulo ou da blindagem dada aso grandes rodeios, em favor dos filiados no primeiro caso e das duplas sertanejas no segundo, cabe aos organizadores utilizar o bem senso. Mas, como sabemos, bom senso e dinheiro nunca caminham juntos.

Sem entrar e detalhes individualizados é preciso ter em mente que as festas grandes são administradas por grupos empresariais, da área de entretenimento, que visam o lucro por meio de venda de ingressos e de espaços publicitário e para o comercio de bebidas e comidas. Neste ponto o artista que colocar mais público será escalado. O que ele canta, como canta são detalhes periféricos e núcleo é receita.

Lembro que no auge do sucesso “Os trepidantes” tocavam na festa de São Sebastião em Iguaracy-PE todo ano. Nos últimos anos este fato não ocorreu com Maciel Melo em sua terra como também Maria da Paz pouco se apresentou nas festas de Afogados da Ingazeira. O entendimento equivocado de que santo de casa não obra milagre não é recente.

Sejamos justos e gratos aos nossos bons artistas. São raízes, merecem respeito.


Inscrever-se
Notificar de

0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários