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Crônica de Ademar Rafael

ONDE FALHAMOS?

As ponderações adiante registradas foram inspiradas na mensagem que Cristovam Buarque nos apresenta no livro “Por que falhamos – O Brasil de 1992 a 2018”. Nele o ex Ministro de Educação sugere reflexões sobre os fatos que deslocaram o Brasil de um estágio de governos progressistas para o retrocesso, de acordo com sua percepção. No meu caso estendo o horizonte temporal para o período de 1982 até 2022. Nossa avaliação é que falhamos coletivamente nos quatro momentos a seguir detalhados, sendo que o último está acontecendo neste momento.

Por medo nos contentamos com a eleição indireta de Tancredo Neves e consideramos a derrota de Emenda Dante de Oliveira (Diretas Já) no parlamento como um fato normal. Nos faltou coragem ou sobrou covardia? Os resultados todos sabemos: Sarney com seus cinco anos, Plano Cruzado, etc.

Fomos buscar salvadores da pátria nos movimentos “Caras pintadas” de era Collor ou “Movimento Brasil Livre – MBL e Vem para rua” da era Dilma. Elegemos líderes que surgiram durante tais mobilizações que
gostaram do poder, traíram os ideais e contribuíram para legitimar a expressão portuguesa “A montanha pariu um rato.”

Passivamente deixamos ser aprovada a mais nefasta mudança do texto da Constituição de 1988, a reeleição. Esta medida cuja aprovação foi na base do toma lá dá cá e que beneficiou o “príncipe” que desgovernava o país. Neste caso, como nas Diretas Já, por omissão nos deixamos acreditar que o parlamento estava agindo patrioticamente.

Por conveniência ou ignorância estamos embarcando na falsa teoria que limitar o poder das redes sociais, no tocante a proliferação de notícias falsas, é agredir a liberdade de expressão. O preço desta esta falha, em curso, será cobrado para muitas gerações futuras em um país onde o futuro é negado, por omissão coletiva e esperteza dos “mandarins”.


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