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Saudade

Relendo a Canção do Exilio, de Gonçalves Dias, ouso dizer que minha terra tem oitizeiros, acácias de cacho, eucaliptos, fícus e algarobas. Casas grandes e pegadas, com janelões e portais, nas mais variadas e lindas cores. Praças e mais praças a receber crianças, idosos, casais apaixonados, parques e barraquinhas.

Quando não te vejo, sinto saudades, daí a eterna vontade de saciar esse sentimento e caminhar sob teu calçamento quente, olhar para quem passa, quem fica nas janelas, vendo e ouvindo conversas.

Sentar na calçada da igreja, debaixo de uma árvore frondosa, receber o bafo morno do vento que vem desencanado, rua acima, rua abaixo, sob o sol que desaba no dia claro, sem nuvens.

Recordo a cidade que admiro com reconhecimento e alegria. Suas ruas largas e floridas, num encanto sem fim. Rever o povo que amo, que organiza festas profanas. A igreja a celebrar procissões, missas cantadas, casamentos e batizados. Sem esquecer a atual e altaneira Rádio Pajeú, que informa e atualiza o povo da região.

Minha cidade sertaneja, Afogados da Ingazeira, protegida por inúmeras montanhas, patrimônio coletivo, meu por de sol mais pungente, trazendo todas as cores de um arco íris misturadas qual tapete suspenso no céu a receber o anoitecer. Com saudade te olho em sonhos, sabendo que a ti voltarei, para renovar minhas energias e ter forças para passar mais uns dias sem te ver.

Por: Maria Lúcia de Araújo Nogueira, em 06/03/2022


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