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Crônica de Ademar Rafael

JOSÉ ANDELSON DOS SANTOS

Entra para galeria “Pessoas do meu sertão”, o personagem acima, conhecido como Dedé de Ninô. Amigo desde 1973 quando o saudoso Luiz Alves, diretor de Ginásio Industrial resolveu juntar as duas turmas do terceiro ano, unificando as aulas para este grupo no período noturno.

Desde o primeiro momento ficamos amigos. Eu já o conhecia como jogador do segundo time do Santa Cruz de Ninô ao assistir os treinos no campo do União e ver os jogos nas manhãs de domingo. Formamos dupla nas molecagens no Ginásio e com seu primo Bartó criamos o grupo musical “Trio Lorivá”, especialista em mudar as letras de músicas consagradas, criando versões hilárias. A paródia mais famosa foi a letra criada para música “Dona Teresa”, dos compositores Elias Soares e Clovis Dos Santos Matias e gravada por muita gente. Os versos criados pelo trio do ginásio narrava um incidente ocorrido durante uma aula de matemática do nosso querido Durval Galdino, os detalhes devem ser preservados em nome do respeito com nossas leitoras e nossos leitores.

No futebol, nas versões campo ou quadra, Dedé de Ninô foi um jogador habilidoso, detetor de muita raça e um potente chute. Na primeira derrota do time do Barcelona (1×2), entrega de faixas de campeão afogadense, fez os dois gols da equipe vencedora, formada por jogadores destaques do certame que não atuavam pelo time campeão. Este fato o credenciou para integrar o Barcelona no ano seguinte e ser bicampeão.

Dentro da sala de aula Dedé de Ninô foi um aluno brilhante, tirava boas notas nas disciplinas consideradas “bicho-papão”, esta característica aliada à sua dedicação o qualificou para ser aprovado em concorrido concurso do BANDEPE instituição financeira que serviu com zelo e competência chagando ao cargo de gestor de agência. No famigerado plano de adequação do banco perdeu o emprego por estar numa das agências a serem fechadas. O banco, em nome de um planejamento baseado em critérios contestáveis sobre todos os aspectos, perdia um dos seus melhores quadros. O capital vencia o talento, o dinheiro superou o ser humano, a lógica privatista vencia a lógica de desenvolvimento.

No quesito ser humano Dedé ganha as melhores notas. Ao perder injustamente seu emprego não ficou remoendo o fato. Passou a atuar como empreendedor na área de transporte de passageiros e com esta atividade criou com dignidade sua família. Hoje reside em Tabira e na chácara no “Travessão de Zé Lourenço” recebe amigos para comemorar a vida com muita fartura, belas histórias, músicas e poesias de primeira qualidade.

Dedé é um amigo com o qual passei alegres momentos na vida. As vaquejadas de Tavares e as festas que fizemos visando angariar recursos para festas de formatura e excursões na turma do Ginásio, em João Pessoa e Técnico de Contabilidade, em Fortaleza são registros inesquecíveis. Não integra esta galeria por ser meu amigo e sim por  representar muito bem nossa região em diversas áreas, é muito maior do que aqui está registrado.


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