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Crônica de Ademar Rafael

DEFEITO NA ORIGEM

Nas últimas décadas no século passado os conceitos de qualidade foram exaustivamente divulgados em livros e congressos. Certa oportunidade ouvi de um consultor a seguinte ponderação: “Não tente colocar qualidade em um produto ou serviço com falhas em sua origem. Pode até melhorar, chegar o excelência é impossível.”

Esta linha de pensamento serve para alicerçar nossa reflexão de hoje, que busca entender as deformações encontradas na sociedade ocidental. O que nos leva a abandonar a empatia e privilegiar o egoísmo? Sabemos que a Grécia, o berço da democracia, é uma das colunas utilizadas para nossa formação política. O professor Renato Nogueira em seu livro “Mulheres e deusas”, nos lembra que na Grécia antiga “…as mulheres, os estrangeiros e os escravos eram proibidos de votar.”

Se nossas raízes estão fincadas em solo com as características acima e a arvore gerada foi adubada com a lógica do “modelo americano” assentado em fundamentos da competitividade, do retorno do investimento e da obrigatoriedade de sucesso como produzir algo com outras propriedades? É impossível. Simplificando a abordagem podemos afirmar que se uma arvores está plantada numa área de lamaçal para subir nessa arvore temos que sujar os pés na lama e que tais resíduos serão espalhas pelo tronco e pelos galhos onde pisarmos.

Nada mais evidente que a manutenção das características originais. Neste ponto a ponderação do consultor inicialmente citado ganha força. Não precisamos com um curso de confeiteiro para sabemos que se os ingredientes do um bolo trazem em si o preconceito e a exclusão social o bolo produzido manterá tais características.

Para mudarmos precisamos ter coragem, para renunciarmos a conceitos estabelecidos é necessário convencer alguém. Deixar como estar é melhor, sair da caixa dar muito trabalho. O imediatismo nos engessa.


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