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Crônica de Ademar Rafael

ISAIAS ALMEIDA DE SIQUEIRA

Se alguém me pedisse para definir o sertanejo acima com uma única palavra eu não teria dúvida, esta palavra seria DISPONIBILIDADE. Em minha vida encontrei poucas pessoas com este perfil. Pessoas que estão sempre disponíveis para atender outra, sem condicionar a nada.

Tive o privilégio de trabalhar com Isaias no Banco do Brasil de Afogados da Ingazeira do dia 29.06.1977 até 15.01.1982. Foram dias de aprendizado que, mesmo com os excessos por mim praticados à época, guardo muitos destes ensinamentos até os dias atuais.

Permitam-me citar três desses exemplos: Primeiro – Cumpra suas obrigações no tempo hábil e não permita que seus serviços sejam questionados pelos seus superiores; Segundo – Respeite todas as pessoas, dando-lhe tratamentos diferenciados não pelos cargos que ocupam e sim pela necessidade do momento; e Terceiro – Seja um profissional colaborativo, ajude o colega que requer seu auxílio em determinada tarefa.

Tive a sorte de descobrir que este posicionamento era a matriz do conceito que Isaias gozava na agência e na comunidade. A correção dos seus atos era a alça de sustentação da sua vitoriosa carreira no cargo que exerceu com muito zelo e dedicação plena.

Reservado nunca se metia onde não era chamado, no entanto ao ser invocado estava com o corpo e a alma ao dispor do solicitante. Nunca vi o Velho Zaia gritar com ninguém, seu tom de voz, acompanhado por um meigo sorriso, é sua grande marca.

Sua casa serviu a amparo para muitos colegas recém chegados. Ser recebido em sua residência por ele ou Luzinete é ter acesso a um tratamento digno, revestido de muito carinho e fraternidade. Seus de filhos João Ricardo, Isabel e Ana Augusta e seus netos podem ser orgulhar de um pai e avô que, na sua simplicidade, é um grande exemplo.

Certa vez, por volta de doze horas da noite de um sábado, fui acordado por um colega de uma agência da região que precisava assinar um requerimento de férias em função de problema com família influente da cidade onde trabalhava. Corria risco de vida caso esperasse pela segunda feira. Com o colega fomos a casa de Isaias e ele, prontamente, nos levou até a agência e nos entregou o modelo do requerimento. O documento foi preenchido, conferido e assinado. Em nenhum momento questionou o motivo da pressa, sua descrição não permitia perguntas.

Poderia estender esta homenagem ao cidadão, limitei seu conteúdo aos atos do colega bancário para valorizar a ação de um profissional no exercício do seu cargo com compromisso, desprendimento e ajuda ao próximo. Colegas que conviveram com Isaias por mais tempo são portadores de lembranças que o tempo não apaga. Obrigado amigo.


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Maria Lúcia Nogueira
2 anos atrás

Concordo com Ademar. Discrição, elegância no falar e no tratar a todos os colegas e clientes. Sempre tenho boas lembranças do velho Záia.