Priorizando a mobilidade ativa e a qualidade de vida dos recifenses, a Prefeitura inicia, nesta segunda-feira (13), as obras do novo projeto da Ponte Engenheiro Jaime Gusmão. A estrutura integra o projeto do sistema viário da região, que interliga os bairros da Iputinga e do Monteiro, sobre o rio Capibaribe. O projeto, agora orçado em R$ 38 milhões, representa uma economia para os cofres públicos de 20% em cima do valor atualizado do projeto anterior, de R$ 48 milhões. A população diretamente beneficiada será de 58 mil pessoas. O prefeito João Campos assinou a ordem de serviço no local das obras na manhã desta segunda.
“O prazo para realização das obras é de 24 meses e é uma obra de grande porte. A gente revisitou o projeto, conseguiu fazer melhorias e com isso a gente começa a obra a partir de hoje. A empresa já está mobilizada, começa a obra hoje a tarde. Com isso, a gente vai conseguir ligar a Zona Norte à Zona Oeste da cidade, reduzindo em até 33% o tempo de deslocamento das pessoas que moram nessas duas regiões. Do que foi construído, a parte de cima, da superestrutura, a gente vai retirar; e vai utilizar a parte da fundação que já foi construída, porque o projeto está diferente, a ponte será um pouco mais baixa, com isso ela será economicamente mais favorável ao município”, detalhou o prefeito João Campos.
A intervenção prevê um elevado de 170 metros de extensão, 20,65 m de largura e 12,18 m de altura, com calçadas de 1,5 m e ciclofaixa de 1,5 m de largura em cada lado. São quatro faixas de rolamento, duas em cada sentido. A abertura de espaço exclusivo para bicicletas é uma novidade do atual projeto, que não estava previsto no anterior. A nova estrutura será bem mais adequada ao local e dispensará a construção de escoramento dentro do leito do rio, pois será executada por meio do método de balanços sucessivos, trazendo um ganho ambiental para a comunidade.
“A construção dessa ponte vai trazer um novo acesso para a cidade do Recife e isso traz integração social, dignidade, mobilidade. Vai diminuir percursos, são 170 metros de extensão da estrutura da ponte, além de ciclovias, calçadas. Então toda essa integração vai trazer uma nova rota de acesso para a cidade do Recife. Com o novo projeto, haverá menor interferência no sistema viário e menor necessidade de fazer desapropriações”, explicou a secretária de Infraestrutura do Recife, Marília Dantas.
Está prevista ainda a utilização de toda a estrutura possível de ser reaproveitada dentro dos critérios técnicos, aumentando a economicidade do novo projeto. Também não será mais necessária a demolição da Escola Estadual Silva Jardim, que atende as famílias da região, como previa o projeto anterior. Além disso, a Praça do Monteiro será preservada. O prazo de conclusão da obra é de 24 meses.
NOVO CAMINHO – A obra é um importante investimento para a mobilidade da área e suprirá uma necessidade de interligação entre as duas margens, já que não existe nenhuma ponte para veículos num trecho de quase 5 km do rio. Atualmente, as pontes mais próximas ao longo do Capibaribe nesta região são a ponte da BR-101 e a ponte-viaduto Governador Cordeiro de Farias, que liga os bairros da Torre e Parnamirim.
Por exemplo, a nova ponte reduzirá a distância entre o Parque de Exposições do Cordeiro e a Praça de Casa Forte dos atuais 6,7 km (via Torre-Parnamirim) e 8 km (via BR-101) para apenas 4,39 km. Motoristas indo do Parque do Caiara para o Parque Santana hoje precisam percorrer 5,1 km (via Torre-Parnamirim) ou 7,7 km (pela BR-101), distância que cairá para 3,82 km com a nova ponte.
Para compor a integração dos dois bairros, a Prefeitura do Recife realizará também, posteriormente, a adequação do sistema viário para composição da semiperimetral, ligando a Avenida Maurício de Nassau (Paralela da Caxangá) e a Avenida 17 de agosto). Esta obra incluirá a requalificação de 15 vias do entorno nas duas margens, totalizando 4,5 km. O projeto executivo do sistema viário está em processo de desenvolvimento e deve ser concluído até outubro.
De acordo com a empregada doméstica Regina da Silva, de 59 anos, que vive há 38 anos no local, com a filha e os netos, a ponte vai beneficiar muitos recifenses: “a obra vai ficar ótima para a cidade do Recife como um todo, para quem vai para a Caxangá, para os jovens que vão para as faculdades. O projeto está muito bonito, vai ficar muito bom”.
GERAÇÃO DE EMPREGO – A obra vai gerar cerca de 150 empregos e está inserida no programa Recife Virado, lançado na semana passada pelo prefeito João Campos, que reúne uma série de ações, projetos e iniciativas como parte de uma frente de oportunidades voltadas para a geração de emprego e renda e de incentivos fiscais, buscando a aceleração da economia local e a geração do emprego.
JAIME GUSMÃO – O engenheiro civil Jaime de Azevedo Gusmão Filho foi presidente da Empresa de Urbanização do Recife (URB), do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) e do Clube de Engenharia de Pernambuco, além de professor da UFPE, fundador do curso de Geologia e do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil. Na URB, implantou um modelo de gestão de riscos em encostas urbanas que é até hoje referência em todo o Brasil. Publicou 10 livros e mais de 100 artigos técnicos em revistas e anais de eventos nacionais e internacionais. Atuou profissionalmente desde 1954 nas áreas de estruturas e geotecnia, sendo reconhecido como um dos mais importantes engenheiros do Brasil e responsável técnico por milhares de obras. (Fotos: Rodolfo Loepert/PCR)