CARIDADE
De acordo com algumas passagens bíblicas é entendida como “amor”, em virtude da tradução do grego que a descreve como “amor incondicional”. Olhada por este prisma é catalogada como uma das virtudes teologais, ao se juntar a fé e a esperança. Originalmente “Fé, esperança e amor.”
Nesta reflexão que pretendo com minhas leitoras e meus leitores gostaria de deslocar esta virtude para o campo da vida prática, sem deixar de reconhecer sua vinculação com lógicas religiosas citadas no parágrafo inicial.
Entre os sinônimos de ‘caridade’ encontramos ‘piedade’, neste caso compreendido como “Compaixão pelo sofrimento de uma outra pessoa; misericórdia…”. Sem o intuito de criar polêmicas ou distorcer os significados das palavras, prefiro não considerar como ‘pena’. Ter ‘caridade’ para este cronista é se importar com o outro sem transformá-lo em vítima.
Permitam-me caminhar na direção que para fazermos ‘caridade’ na essência do gesto é dar ao outro o que ele necessita sem caracterizar uma simples ajuda, um apoio transitório ou desencargo de consciência. O beneficiário do ato de ‘caridade’ precisa sentir-se abraçado, acolhido e principalmente percebido como um irmão.
A prática da ‘caridade’ deve ser precedida de ação espontânea, nascida no nosso interior, direcionada sob o olhar do compartilhamento. Quando o ato é gerado pela força do altruísmo os efeitos para quem pratica e quem recebe são diferentes dos casos em que não passa de uma ajuda provocada por campanhas ou pelo politicamente correto.
Os que escolhem o anonimato ao praticarem gestos caridosos merecem aplausos. Mas, quando a misericórdia, com as limitações humanas, estão presentes também avalio como atitude louvável. Quem concorda?
O tema é complexo. Careço de base intelectual.