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Prefeitura lança programa de combate à pobreza menstrual de estudantes da rede municipal

Por: Pedro Beija

Em evento realizado na sede da Prefeitura do Recife, nesta quinta-feira (8), foi lançado o programa Ciclo de Cuidado, que visa combater a pobreza menstrual entre estudantes da rede municipal de ensino, por meio da distribuição de material de higiene íntima e ações educacionais.

O programa vem do projeto de lei do vereador Hélio da Guabiraba (PSB), que foi aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal, no último dia 22 de junho.

Sancionado pelo prefeito João Campos, o PL deu origem ao programa Ciclo de Cuidado, que tem início previsto para o mês de agosto e contará com investimento anual de R$ 1,5 milhão e deverá atingir cerca de 17 mil estudantes da rede municipal, em situação de maior vulnerabilidade social e econômica.

O lançamento do programa marcou o primeiro evento realizado na prefeitura, após a liberação dos eventos corporativos, após decreto divulgado na última quarta-feira (2).

Estiveram presentes na solenidade o prefeito do Recife, João Campos, a vice-prefeita da Capital, Isabella de Roldão, a deputada federal por São Paulo Tabata Amaral, o secretário de educação do município, Fred Amâncio, o vereador Hélio da Guabiraba (PSB) e o presidente da Câmara Municipal, Romerinho Jatobá (PSB), além de parte do secretariado da cidade e outros vereadores.

João Campos destacou a importância da discussão do problema dentro das escolas, partindo da formação de professores e educadores e afirmou que o programa ajuda a reduzir a evasão escolar na rede municipal.

“Nós vamos fazer formação, capacitação de professores, professoras, pra poder habilitá-los a discutir esse tema na escola e garantir que as meninas do Recife, estudantes, terão a oportunidade deste acolhimento por parte da prefeitura e que a gente possa dar o direito delas assistirem aulas. A gente sabe que uma a cada quatro jovens deixam de assistir as aulas pelo problema da pobreza menstrual. Fazendo isso, a gente vai dar uma oportunidade de que a gente reduza essa evasão, reduza a falta de aula e que, com dignidade, a gente possa quebrar esse tabu da discussão desse tema”, disse.

Já o secretário Fred Amâncio destacou que a preocupação do projeto vai além da distribuição de absorventes nas escolas e valorizou a importância de passar orientações e apoio para as estudantes, visando garantir bem-estar e dignidade nas escolas.

“O programa tem essa preocupação, sim, de garantir absorvente em todas as escolas, dar apoio para as nossas meninas, mas também fazer formação com os professores, com as equipes das escolas, para dar apoio e passar orientações para toda a comunidade. É um programa que tem um olhar para o bem-estar, dignidade e saúde, além de não deixar que as meninas faltem aula por estarem menstruadas”, destacou.

A deputada federal Tabata Amaral, autora de dois projetos que inspiraram o programa lançado nesta quinta (8), comemorou a iniciativa, lembrando da reação contrária que recebeu ao apresentar os projetos, que já vem sendo adotados em outros municípios, mas só agora chegou a uma capital.

“Infelizmente, a menstruação ainda é um tabu. Então, muitas pessoas não querem ter coragem de falar sobre isso, mas é um tabu que impacta muito negativamente nossas meninas”, pontuou a parlamentar.

“Quando perdem um mês e meio de aula por ano, porque estão menstruadas, quando tem que recorrer a miolo de pão, ou coisas até piores, que lhes trazem várias infecções. Então, é uma questão de saúde, educação, dignidade e é muito bonito ver que quando esse projeto foi apresentado lá na Câmara (dos Deputados), houve uma reação muito negativa, com muito preconceito, muita ofensa e olha a mudança que estamos vendo”, continunou Tabata, que revelou sentir-se esperançosa com mudanças como esta.


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